Toshiba, Sharp, Hitachi, HannStar e Seiko Epson são as cinco fabricantes asiáticas acusadas pela Dell de definir artificialmente, através de acordos entre si, os preços praticados na venda de ecrãs LCD.

O processo por concertação de preços foi intentado em território norte-americano, num tribunal de São Francisco, comunicou um porta-voz da subsidiária da fabricante de computadores no Japão, citado pela Reuters.

De acordo com a mesma fonte, aquela que é a terceira maior fabricante mundial de computadores, ainda não determinou o montante dos danos associados nem qual o valor da indemnização a solicitar em tribunal.

Contactadas pela agência noticiosa, das empresas responsáveis pelo fornecimento dos ecrãs de cristais líquidos usados pela Dell no fabrico dos seus equipamentos, apenas a Sharp e a Hitachi reconheceram a existência da acção, embora se tenham recusado a comentar o sucedido.

A Toshiba e a Seiko alegaram estar ainda a inteirar-se da situação e da parte da HannStar não terá sido possível obter quaisquer declarações.

Este é mais um processo a acrescentar ao longo role de denúncias relacionadas com a concertação de preços no mercado de LCDs, tanto em território norte-americano como na Europa.

Ainda em Dezembro, nos EUA, a Chi Mei Optolectronics admitia ter "combinado" preços e acordou pagar 220 milhões de dólares de indemnização (cerca de 160 milhões de euros) e a Nokia intentava um processo contra vários dos seus fornecedores de ecrãs para telemóveis (Samsung, LG, Hitachi, Philips e Toshiba), alegando que entre 1996 e 2006 tinha sido vítima de práticas anticoncorrenciais que a levaram a pagar preços inflacionados pelos componentes que comprou.

No verão, foi a vez da LG e a Philips receberem cartas de objecções da Comissão Europeia, avisando que seriam alvo de um processo por concertação de preços no mercado de LCDs. A investigação a este cartel tinha começado já em 2006, quase em simultâneo com uma desenvolvida pelas autoridades norte-americanas e que levou à condenação da LG, Sharp, Chunghwa e Hitachi no pagamento de 600 milhões de dólares (cerca de 437 milhões de euros) em multas pela fixação artificial de preços de ecrãs vendidos a fabricantes de computadores, telemóveis e leitores de música.