“Este foi um ano fiscal para recordar para a Oracle Portugal”, avança Hugo Abreu, country leader da empresa no nosso país, ressalvando que os resultados obtidos até 30 de maio deste ano “foram os melhores de sempre para a empresa em Portugal”. Mais: Portugal foi o mercado em que a Oracle alcançou melhores resultados em toda a zona Europa ocidental, o que deixa “a equipa lusa, clientes e parceiros bastante satisfeitos”.

A expectativa fixada antes era crescer “a dois dígitos” no nosso mercado em 2016, previsão que veio a ser superada com um registo assente “em dois grandes dígitos”, refere o responsável, não divulgando informações pormenorizadas, contudo. Foi ainda revelado que os objetivos definidos para daqui a um ano estão já a ser alcançados.

Como fator responsável para o sucesso da Oracle é apontada, acima de tudo, “a diversidade e a robustez da oferta de soluções disponibilizada pela empresa, capazes de adaptar-se perfeitamente às necessidades do cliente e à transformação do mercado corporativo”.

Mas os segredos passam também pelo trabalho árduo de toda a equipa, pelo plano de ação bem delineado (e focado no ganho de quota de mercado face à concorrência) e – igualmente relevante – pelo ecossistema de parceiros, que é de uma importância extrema para a Oracle e que “representa já cerca de 85% do negócio da empresa em Portugal”, avançam os responsáveis.

Na opinião da Oracle Portugal, o seu conjunto de parceiros é “o melhor do mercado”, reforçando a ideia de que uma oferta completa de produtos e soluções faz com que estes agentes não tenham de recorrer a outras empresas para diferenciar as suas marcas, as suas propostas de valor e os serviços que disponibilizam.  

Bons resultados a nível mundial

Os resultados da Oracle a nível global foram de cerca de 37 mil milhões de dólares, números em linha com “as previsões efetuadas pelos analistas a uma escala global”. “Os objetivos da Oracle para o mercado mundial também foram claramente atingidos, pelo que a empresa navega agora com ventos muito bons”, diz Hugo Abreu.

Apesar do crescimento de apenas 3%, os resultados foram “muito positivos tanto em revenue como em margem”, revela o responsável, sublinhando ainda o facto de a Oracle ser das poucas empresas que aplica mais de 12% da sua faturação em pesquisa e desenvolvimento. “Neste campo foram investidos mais de 5 mil milhões de dólares este ano”.

A mudança para a cloud

Ainda de acordo com o country leader da empresa em Portugal, “a transformação do nosso mercado para a cloud tem sido feita de forma equilibrada e sem quebra de receitas em geral”. “Em todo o mundo, a cloud representa já mais de 40% das receitas obtidas. Há uma queda de 10% nos resultados no negócio de licenças tradicional, mas que acaba por ser compensado por um crescimento global (negócio tradicional e cloud) na ordem dos 5 a 6%”, diz Hugo Abreu.

“A Oracle tem como objetivo ser cloud leader em 2016”, refere o executivo da multinacional. De facto, os números mostram que este tipo de soluções continua a crescer a bom ritmo tanto por cá como nos diversos mercados mundiais: os responsáveis da Oracle indicam que 5% do crescimento notado no mercado português este ano provém de soluções baseadas na cloud.   

Hugo Abreu deixa um alerta, contudo: “O importante é estarmos atentos ao mercado e um passo à frente face às necessidades dos nossos clientes e parceiros. O nosso negócio está ainda maioritariamernte assente na forma tradicional de licenças, claro, já que a mudança para a cloud acontece de forma progressiva e não de um dia para o outro”. O responsável refere que, no segmento das aplicações em Portugal (SaaS), as soluções disponibilizadas já assentam a 90% na cloud "de há três anos para cá. É nas outras áreas, nomeadamente nas infraestruturas, que há ainda um longo caminho a percorrer, pois “atrás das aplicações baseadas na cloud surgem as restantes necessidades, de outro género”.

Negócios com a administração pública

O Estado e a administração pública continuam a constituir uma grande parte do negócio da Oracle em Portugal, com um peso de “30 a 35%” do total. E esta percentagem cresceu também neste último ano fiscal, revela Hugo Abreu.

E também aqui o segredo passou por ganhar quota de mercado aos concorrentes. “Este crescimento não quer dizer que o Estado tenha tido mais dinheiro para gastar, mas sim que nós fomos capazes de mostrar argumentos para que gastasse mais connosco e menos com empresas que são concorrentes”, afirma Hugo Abreu, explicando que é normal que o programa Simplex 2016 tenha um efeito dinamizador no negócio entre o Estado e as empresas do setor, pois “medidas deste tipo acabam sempre por estar assentes em soluções tecnológicas”.