Mais de metade da população portuguesa entre os 16 e os 74 anos de idade não possui qualquer competência digital básica. São, mais precisamente, 52%, que comparam com os 41% da média resultante da média da UE 28.

Os dados fazem parte de um estudo recentes da Comissão Europeia que contabiliza em 70 milhões os cidadãos da UE que carecem de competências adequadas de leitura e de escrita, e muitos mais aqueles a quem faltam competências digitais.

A análise mostra que 40 % dos empregadores europeus dizem ter dificuldades em encontrar pessoas com as competências certas. Além disso, “muito poucas pessoas têm um espírito empreendedor e competências para criarem as suas próprias empresas e adaptarem-se continuamente à evolução das necessidades do mercado de trabalho”, refere-se em comunicado.

Em Portugal são 38,7% os empregadores que dizem ter dificuldades em encontrar pessoas com as competências certas, com 65% a afirmarem apoiar a formação dos seus colaboradores.

Os dados indicam ainda que a taxa de emprego de jovens pouco qualificados é de 71,4% enquanto a de jovens altamente qualificados é de 73,6%, por comparação às médias europeias de 53,1% e 80,5%, respetivamente.

Pouco satisfeita com estes valores, a CE lançou um conjunto de iniciativas que pretendem "aumentar os níveis de competências, promover competências transversais e encontrar, nomeadamente em diálogo com a indústria, formas de antecipar com maior eficácia as necessidades do mercado de trabalho para melhorar as oportunidades de vida dos cidadãos e fomentar o crescimento sustentável, inclusivo e equitativo e sociedades coesas”.

Concretamente, Bruxelas propõe 10 ações a implementar nos próximos dois anos. As quatro primeiras avançam desde já.