Com o lançamento do IDOL 4 e 4S em Portugal, cuja apresentação oficial teve lugar em Lisboa esta manhã, a Alcatel reforça o seu portfólio de smartphones com novos topo de gama, numa estratégia que continua a assentar em preços mais acessíveis do que marcas concorrentes praticam nos seus modelos mais avançados.

Sob esta abordagem e à margem do evento, o TeK teve oportunidade de trocar impressões com as duas pessoas responsáveis pela presença da Alcatel no mercado português, nomeadamente Patrícia Cavalheiro Dias, country manager da marca no nosso país, e Berengere Dutuel, area director para o sul da Europa (Portugal, Espanha, Itália e França).

Foi possível perceber claramente que os bons resultados continuam a aparecer e que a marca espera chegar ao fim deste ano com records de vendas batidos. Confirma-se que a marca detém de momento 15% de quota de mercado em Portugal, registados no final de 2015, percentagem que a Alcatel pretende superar em volume e valor, sem dúvida. “Sim, conseguimos alcançar os 15% de quota de mercado neste país, quando somos número quatro no ranking de vendas em todo o mundo e em Espanha somos a terceira marca de smartphones mais vendida, com uma fatia de 10%”, afirma Berengere Dutuel.

A responsável da Alcatel para os mercados do sul da Europa não tem dúvidas nas razões que levaram ao crescimento de vendas no nosso país, não escondendo ter ficado surpreendida com tão bons resultados. Foi graças ao forte aproveitamento do canal de comercialização “livre”, por assim dizer, e por causa das fortes relações criadas com os distribuidores, que o crescimento da Alcatel tem sido uma realidade. “O nosso ADN passa por ter sempre boas relações com os operadores, até porque também produzimos equipamentos para eles, mas o segredo em Portugal tem sido o mercado livre. Desenvolvemos muito este canal, criámos bons fluxos com os distribuidores e lojas mais importantes, e vimos a nossa quota de mercado subir dessa forma”, explica Dutuel. 

Patrícia Cavalheiro Dias, Country Manager da Alcatel em Portugal, complementa, ressalvando que as vendas via operadores continuam a ser importantes: “Algumas das marcas estão a abandonar alguns segmentos de mercado, concentrando atenções nas vendas de topos de gama, por exemplo. Isto dá-nos mais espaço para agir não só no mercado dos smartphones, mas também no âmbito dos tablets e dos equipamentos de rede domésticos”. A responsável máxima da marca no mercado luso lembra que a Alcatel apresenta por cá um roadmap completo de produtos, o que “ajuda a obter bons resultados”.

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Objetivos (bem) definidos

Na hora de prever a quantidade de equipamentos a vender em Portugal este ano, as informações fornecidas por Berengere Dutuel apontam num sentido muito específico. “Queremos chegar ao terceiro lugar na tabela de vendas de smartphones em Portugal, é este o nosso objetivo. Estamos a investir mais em termos de marketing e ações junto dos distribuidores e lojas de maior dimensão, sem esquecer os operadores. Queremos subir a quota de mercado acima dos 15%, sendo que esperamos que 55% do volume de venda chegue da comercialização de smartphones”, revela.

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E revelam-nos a visão que têm do nosso mercado. “A maioria das pessoas tem menos dinheiro disponível e acabam por optar por smartphones mais baratos, em vez de desembolsarem 700 ou 800 euros por um equipamento do género. Os nossos produtos fazem o mesmo que qualquer outro desse lote e apresentam a mesma qualidade, associada a um preço que anda pela metade desses valores. É por isso que a nossa quota de mercado está a subir”, conta Dutuel.

“Continuamos a vender mais no segmento da entrada de gama, mas, olhando para números do mês passado, vemos que a gama média está a recuperar e a subir bastante, o que nos dá boas perspectivas até para estes modelos hoje apresentados. Não vamos vender muito em unidades dos novos IDOL, mas em valor o resultado deverá ser muito positivo”, acredita a area director da Alcatel.

Mercado livre em revolução?    

Por outro lado, face à recente decisão da MEO e da NOS de comercializarem equipamentos móveis desbloqueados, Patrícia Cavalheiro Dias não tem dúvidas, pois observa que “a tendência dos operadores têm sido reorientar a sua estratégia para uma oferta de um serviço global de telecomunicações em detrimento de uma venda pura e simples de equipamentos”. A country manager da Alcatel vê o anúncio das operadoras “inserido nessa política, ao mesmo tempo que garante aos canais de distribuição dos operadores maior competitividade face ao mercado livre”.

Ainda assim, a Alcatel considera que a tendência é que o equilíbrio notado entre os operadores e o mercado livre estabilize na ordem dos 50/50%, à semelhança do que acontece na generalidade dos mercados do sul da Europa.

Para a multinacional, e falando ainda do mesmo assunto, esta alteração pode ser benéfica. “A Alcatel tem uma forte relação com os operadores, pelo que esta decisão pode influenciar positivamente a nossa posição no mercado”.

Tecnologia chinesa

Para finalizar a conversa, e já que o mercado luso tem dado tão bons resultados, o TeK quis saber se os terminais que hoje foram apresentados incluem algum componente tecnológico de produção portuguesa. A resposta, contudo, não foi nesse sentido. “Os IDOL 4 e 4S não contam com elementos feitos em Portugal, pois a Alcatel não tem de momento qualquer unidade de pesquisa e desenvolvimento neste país. Temos mais de 23 centros do género, mas nesta unidade são sete em funcionamento neste momento, com localizações nos Estados Unidos, China e França, entre outras. “Temos inclusive a nossa própria unidade fabril no que diz respeito à produção de componentes, o que faz com que não tenhamos de comprar tecnologia a terceiros”, conta Berengere Dutuel, confirmando ainda: “Está tudo localizado na China”.

Com produção em Portugal ou não, certo é que os objetivos para os novos smartphones da Alcatel estão bem definidos, tal como a estratégia da marca para o que resta deste ano. Em breve publicamos os resultados da nossa análise ao Alcatel IDOL 4S, para verificar se os equipamentos estão à altura do que a marca pretende alcançar no mercado português.