Ontem ao final do dia, nos Estados Unidos, dois dos principais gigantes tecnológicos do país apresentaram resultados. Além da data, há outro ponto em comum nos resultados apresentados pela Google e pela Microsoft: desiludem. Ambas as empresas ficaram aquém das expectativas dos analistas nos números que apresentaram relativamente à atividade do último trimestre. Hoje foi a vez da AMD que também ficou aquém das expectativas e que vai avançar com novos despedimentos.



Acrescente-se ainda que no caso da Google os maus resultados não foram a única coisa negativa que aconteceu ontem. Os números só deveriam ter sido conhecidos depois do mercado fechar, mas um engano fez com que fossem publicados antes disso e as ações da empresa refletiram quase imediatamente o sentimento dos acionistas. Caíram quase 10%.



A empresa veio entretanto explicar que o erro foi da R.R. Donnelley, empresa responsável pela publicação do relatório, que se antecipou. Uma investigação está já a apurar as razões.



O que os acionistas não gostaram de saber foi que a dona do maior motor de busca do mundo e promotora do Android, fechou o trimestre com receitas de 11,3 mil milhões de dólares (2,58 mil milhões de dólares vieram da Motorola Mobility), o que traduz um crescimento de 45%, mas os lucros passaram de 2,73 mil milhões de dólares para 2,18 mil milhões.



Segundo os dados divulgados pela empresa, a receita por clique - uma das principais da empresa - diminuiu no período 15% e os custos de operação dispararam mais de 70%, fatores com um peso negativo no resultado final.



Microsoft à espera de um trimestre melhor

A Microsoft também apresentou resultados ontem. A dona do Windows viu o lucro diminuir para os 4,47 mil milhões de dólares, contra os 5,74 mil milhões conseguidos há um ano atrás. As vendas também recuaram, 8% para os 16,01 mil milhões de dólares.


Os números sofrem o impacto da redução de vendas de computadores e a expectativa que o lançamento de uma nova versão do sistema operativo da fabricante este mês está a gerar no mercado. As alterações ao nível dos formatos, e o crescimento de segmentos como o dos tablets - que tem passado ao lado da Microsoft - também são aspetos apontados pelos analistas para explicar os resultados da fabricante.


A Microsoft, por seu lado, garante que está apenas a adiar a entrada de receitas e espera aumentar as vendas já na semana de lançamento do novo Windows 8, que é também o dia de lançamento do novo tablet Surface, novidades que na semana seguinte a fabricante estende ao universo móvel, com o lançamento do novo Windows Phone.


AMD vai avançar com mais despedimentos


Hoje foi a vez da AMD dar a conhecer os seus resultados e as notícias também não são positivas, sobretudo para os trabalhadores. Quinze por cento serão despedidos nos próximos tempos, a maioria já no último trimestre deste ano.


A existência de um plano de reestruturação na fabricante de chips era conhecida, bem como a possibilidade de despedimentos, que agora se confirma na sequência dos maus resultados obtidos.



Recorde-se que já no ano passado a AMD levou a cabo despedimentos, num processo que teve início em novembro e se prolongou até este ano. Despediu 10% da força de trabalho.


Entre julho e setembro a AMD acumulou vendas de 1,27 mil milhões de dólares, menos 25% que no período homólogo e prejuízos de 157 milhões de dólares.

Escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico

Cristina A. Ferreira