A empresa está dedicada a desenvolver e comercializar soluções de software de gestão e manutenção de ativos, algo que faz há perto de duas décadas. Planeada há cerca de três anos, a autonomização da Valuekeep resulta da análise do potencial de crescimento previsto para esta área.

“Nessa altura já era nosso entendimento que para explorarmos a nível mundial o potencial do mercado de software de manutenção e gestão de ativos não bastaria ter uma solução funcionalmente rica, seria necessário que a mesma também fosse nativamente cloud e interpretasse de forma mais natural um modelo de negócio baseado em subscrições e onde a distribuição do produto fosse simples e imediata”, explicou Jorge Batista, CO-CEO da Primavera BSS, em declarações ao TeK.

Com a possibilidade de ser entregue em função da dimensão dos clientes e do perfil dos utilizadores, a Valuekeep é especialmente adequada para tratar ativos não lineares e a gerir equipas de serviço de manutenção no terreno, acrescenta o responsável.

Gestão de Ativos, Manutenção Corretiva, Manutenção Preventiva, Gestão de Contratos ou Ordens de Trabalho são algumas das áreas cobertas pela solução, dirigida essencialmente aos setores industrial, saúde, transportes, construção, administração pública e energia.

“A oferta é totalmente web, integrável com qualquer ERP do mercado ou outra solução especializada e as tarefas de terreno são executadas através de aplicações móveis para tablet e smartphones”, explica Jorge Batista.

Mais internacionalização em vista

Com o spin-off da Valuekeep, o objetivo é tirar partido dos mercados tradicionais onde a Primavera atua, contudo, o foco estará sobretudo na Europa - em particular no Reino Unido - na América Latina e nos EUA.

A autonomização do negócio foi feita com um investimento inicial de 1,6 milhões de euros e uma equipa de dez pessoas. Além da abordagem aos mercados internacionais, para os próximos quatro anos, está previsto um investimento de cinco milhões destinados a I&D, designadamente à componente de mobilidade, ao desenvolvimento de uma estratégia de marketing digital para captação de clientes e parceiros em geografias até agora por explorar, e ao reforço da equipa, designadamente nas áreas comercial e técnica.

“Ao criarmos condições para um maior enfoque numa área de grande potencial, criamos também condições para estabelecer estratégias mais arrojadas e para uma execução mais ágil seja porque se torna possível estabelecer novos modelos de negócio, seja porque se pode optar por novas tecnologias ou porque se podem criar novos modelos de parceria e distribuição distintos dos praticados pela casa mãe”, considera Jorge Batista.

“Quando falamos de spin-offs estamos, em geral, a enquadrar áreas muito específicas de software onde o investimento exigido em inovação é elevado pelo que o acesso a novos mercados é um imperativo”, referiu em declarações ao TeK, admitindo que a estratégia da empresa, em termos de internacionalização, passa cada vez mais pelas suas spin-off.

“Estamos sempre atentos a novas oportunidades, quer lançando novas soluções de marca Primavera, como por exemplo a OMNIA Plataform ou a OMNIA Employee lançadas antes do verão, quer criando novas unidades de negócio, como foi o caso da criação da PRIMAVERA Public Services no início de 2016, quer apostando em startups tecnológicas”.