É realmente todo um mundo crescente de ideias de negócio aquele que o Web Summit tem mostrado ao longo das suas edições e (pela primeira vez) em Lisboa não foi diferente. Mas chamar a atenção entre mais de 50 mil potenciais interessados com uma "bancada" de apenas cerca de um metro de largura e um cartaz com o logo e uma frase de enquadramento não é fácil. Houve por isso quem recorresse a vários tipos de “chamarizes”.

Nos corredores das zonas de startups – principalmente as Alpha, em fase inicial de recolha de investimento – os visitantes podiam “ganhar” balões, rebuçados, chocolates ou as mais habituais canetas, ao visitarem determinados bancadas. Mas a equipa do TeK ficou com a sensação de que a estratégia que mais funcionou foi mesmo a de "chamar" diretamente quem passava – ou mesmo de “puxá-los”.

Foi essa a técnica usada recorrentemente por Angel Cordova, que no terceiro dia de Web Summit dava a conhecer a Fayac’s Sphere, “o primeiro puzzle interativo do mundo”, nascido no Equador. O responsável comercial diz que o jogo, atualmente “físico”, com mais de um milhão e meio de soluções possíveis, vai ter uma app “mais para a frente”. Por enquanto precisa de um investidor que permita produzir em massa este puzzle por camadas.

Foi a primeira vez que Angel Cordova (que também recorreu à técnica de oferecer chocolates como possível posterior reminder do seu projeto…) esteve no Web Summit e não tem porque se arrepender, embora o custo não seja pequeno, confessou. De regresso ao Equador leva uma mala cheia de contactos.

O mesmo dizem os promotores das capas para telemóvel Sunthetic, que voltam não para o Equador, mas para a Bélgica. Ao Web Summit de Lisboa vieram à procura de investidores para o seu projeto movido a energia solar, como o nome deixa adivinhar.

A ideia em si chamava a atenção, mas uns balões amarelos sempre ajudam à “festa”. Quando nos aproximámos explicava-se o conceito a um potencial interessado. “Não é original, mas a diferenciação está no design”, argumentava o “promotor”.

Cada capa custa 90 euros, “mas quem quiser comprar em fase de pré-venda tem direito a 20% de desconto”. Algo ainda assim demasiados caro, comentou o interessado, “Afinal quanto custa uma bateria adicional?”. Em resposta os promotores do projeto prometeram que iam ter a opinião em conta.

É este género de interação e experiência que acontece no Web Summit um pouco por todo o lado, e em diferentes momentos e vertentes e que as startups procuram.

Enquanto tirávamos uma foto a uma “bancada” vazia, para mostrar as diferentes realidades de uma conferência do género, ao lado estava uma “over crowded”. E foi assim que, meio sem querer, demos com um projeto português –  o da bancada over crowded, compreenda-se.

Chama-se Biti e é uma espécie de “comando” para crianças que permite acesso a conteúdos seguros e de acordo com os gostos dos mais novos, que podem ser projetados em diferentes ecrãs.

Do Web Summit os fundadores Luís Quintella, CEO, e Eduardo Pinheiro, CPO e CTO, levam aquilo que, como muitos, vieram à procura: contactos, alguns deles já com um nível mais aprofundado do que a mera troca de cartões e com reuniões marcadas. Por isso o balanço não podia ser mais positivo.