Não há dados fiáveis sobre o consumo dos serviços over the top (OTT) em Portugal, mas todos os indicadores apontam que serviços como o Skype, Facebook Messenger, Dropbox e WhatsApp fazem cada vez mais parte dos hábitos dos portugueses. Mas os internautas querem usufruir dos serviços sem pagar qualquer taxa, enquanto os operadores de redes se vêem confrontados com uma sobrecarga das suas redes de comunicação com serviços que não pagam "direitos de passagem", e que também canibalizam outras fontes de receitas, como as chamadas de voz e mensagens SMS.

O tema tem sido largamente debatido a nível mundial e em Portugal, e a ANACOM apresentou esta semana um estudo, realizado em parceria com a QMETRICS, onde se avalia a economia do negócio dos serviços OTT, e se projeta a evolução previsivel e o impacto sobre o sector das telecomunicações eletrónicas, assim como os desafios da regulação.

Entre as várias abordagens realizadas no estudo com quase 750 páginas há espaço para uma auscultação aos diversos intervenientes da área das telecomunicações e serviços de internet, mas também um inquérito aos consumidores sobre a utilização, preferências e procura deste tipo de serviços.

Neste inquérito avalia-se o tipo de OTT mais utilizado, a nível de VoIP, mensagens instantâneas, serviços audiovisuais, redes sociais e serviços de partilha de ficheiros, onde se questiona a preferência pelo uso destes serviços e o número de horas de utilização, fazendo-se projeções para o futuro. 

Entre a informação mais relevante conta-se a projeção do tempo gasto em cada um dos serviços em computadores, tablets e telemóveis, mas também as razões apontadas para a opção por estes serviços, em detrimento de outros mais tradicionais. O preço é uma das razões mais referidas, mas há também a facilidade de acesso.

O estudo foi realizado entre setembro e outubro de 2015, com mais de 5 mil entrevistas, e entre os dados estão também os nomes dos serviços OTT mais desejados, onde lidera o Netflix, que foi apresentado em setembro. 

Do lado do negócio o relatório aponta  ainda a identificação de necessidade de regulamentar estes serviços, até porque há quem exija uma contrapartida pela utilização da rede, ou a aplicação de regras semelhantes às que são impostas aos operadores de telecomunicações. 

O estudo completo pode ser consultado no site da ANACOM, mas quem quiser mais detalhes pode ainda inscrever-se no workshop que o regulador está a organizar para dia 29 de março

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