Os preços da banda larga na União Europeia poderão baixar até ao final do ano. A proposta da Comissão Europeia tem a aprovação do Conselho Europeu e deverá ser apresentada ao Colégio de Comissários ainda este ano.



O assunto serviu de tema à intervenção de Neelie Kroes durante um congresso promovido pela European Cable Communications Association, em que a vice-presidente da Comissão Europeia e responsável pela Agenda Digital teceu duras críticas àqueles que acusam o Executivo Europeu de estar a exigir demasiado dos operadores por querer mais concorrência nas telecomunicações.



"Defendem que devíamos conceder férias regulatórias aos operadores. Seja permitindo uma nova monopolização nas redes de fibra implementadas pelos operadores dominantes. Ou permitindo que as operadoras móveis cobrem tarifas de terminação excessivos ou tarifas de roaming exorbitantes, sem que estejam relacionadas com os custos subjacentes. Querem uma 'folga' - do stress de inovarem num mercado competitivo - e o regresso ao cenário de negócio idílico protegido de uma concorrência real".



Para Neelie Kroes, "cortar" na concorrência não é uma forma de promover o investimento sustentável nas telecomunicações até 2020. Já cortar nos preços da banda larga pode fazer a diferença, porque tornará a tecnologia mais atrativa para os cidadãos da União Europeia e consequente poderá estimular o mercado da fibra ótica.



A estratégia deverá passar igualmente por uma aposta gradual em várias tecnologias. "Seja fibra até casa, próxima geração móvel, ou cabo: todas representam o seu papel. Precisamos de uma combinação de soluções complementar, introduzidas faseadamente e adaptadas localmente".



A par da descida dos preços e da aposta em várias tecnologias, a vice-presidente da Comissão Europeia considera também necessário investir no desenvolvimento de conteúdos em áreas chave, como a Conected TV ou o Cloud Computing, para as quais a Comissão já está a preparar um conjunto de medidas, que deverão ser apresentadas no final do ano.


"É este é o caminho para desbloquear o investimento", diz Neelie Kroes, "apoiando várias tecnologias e reduzindo preços".

Escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico

Patrícia Calé