Numa altura em que as infra-estruturas de redes de fibra óptica se começam a materializar, o conselho europeu do FTTH acredita que este é o momento de dar um novo passo, alargando o seu enfoque aos conteúdos e serviços. "As pessoas não percebem muito de megabits mas sim de serviços e de conteúdos. Queremos mostrar o que se pode fazer com esta infra-estrutura", afirmou Karel Hensen, presidente do FTTH Council Europe na abertura da conferência que a organização realiza hoje e amanhã em Lisboa.



Os serviços e conteúdos são um dos principais enfoques da conferência internacional que deverá juntar cerca de 3 mil participantes e 100 expositores, que mostram as suas soluções nesta área.



"Os operadores precisam de ajuda para desenvolver o negócio da fibra", justifica o presidente do conselho europeu do FTTH defendendo que a indústria de conteúdos e serviços tem um papel importante.



Na conferência serão apresentados os resultados finais do estudo sobre o desenvolvimento da fibra na Europa, cujos dados preliminares já tinham sido avançados, colocando Portugal no ranking dos países mais relevantes devido ao crescimento realizado no ano passado. Karel Hensen realça que este desenvolvimento é inédito e que acontece devido à transparência regulatória e ao empenho do Governo.



O presidente da Anacom e o Primeiro-ministro José Sócrates estiveram presentes na sessão de abertura, realçando o líder do Governo precisamente que o desenvolvimento de infra-estruturas de comunicações de alta capacidade é uma das prioridades para Portugal, e mostrando satisfação sobre os resultados obtidos.



"Temos a ambição de ser um dos primeiros países na Europa a estar 100% cobertos pelas Redes deNova Geração" sublinhou José Sócrates.
Amado da Silva, presidente da Anacom, aproveitou a sessão de abertura para lembrar que a criação de um ambiente regulatório claro, de forma rápida, foi uma das condições que permitiu que os operadores investissem nas infra-estruturas. Mas mantém a ideia de que a regulação é "imparcial" em relação às infra-estruturas e não "neutral". "Não é preciso ter medo de ser contaminado", garante.



O presidente da Anacom partilhou também a ideia de que "o desenvolvimento da fibra em Portugal não depende agora da parte da oferta mas da procura e de se conseguirem modelos de negócio em sucedidos".