O consórcio contratado pela Comissão Europeia, constituído pela GMV, VVA e FADA-Catec, realizou um teste de padronização de aeronaves não tripuladas a nível europeu, tendo com finalidade demonstrar a utilidade e viabilidade de aplicação dos serviços do satélite Galileo, complementado pelo EGNOS. Foram realizados testes em março e abril, tendo os últimos acontecido a 25 e 26 de junho.

A GMV afirma que o objetivo comum dos testes consistia em avaliar o desempenho dos sistemas na gestão de tráfego aéreo ou aplicações típicas em ambientes urbanos, tais como a entrega de encomendas, produtos urgentes de saúde, inspeção de edifícios e infraestruturas críticas.

Para obter os resultados, nos testes foram instalados recetores de alta precisão em cada drone, o que permitiu fazer uma comparação entre o posicionamento dado ora pelos sistemas europeus, ora pelo homólogo americano GPS. Pelas contas da Comissão Europeia, o sistema europeu de navegação foi mais eficaz que o tradicional GPS, destacando ainda resultados mais precisos quando utilizados de forma combinada e não isolada.

Recentemente o Parlamento Europeu e a Comissão Europeia aprovaram a normativa de operação dos drones. O último teste, realizado em junho, foi o único que seguiu a metodologia da respetiva normativa, adianta a GMV. Ainda assim, cada teste cumpriu um propósito distinto, com o terceiro a ser realizado numa zona urbana, merecendo uma autorização da AESA.

Em conclusão, os testes demonstraram uma melhor resposta do Galileo, quando comparado com o GPS, mesmo quando o satélite europeu ainda não está a operar com a sua constelação a 100%. Em destaque esteve também o EGNOS, sistema de correção para melhorar a precisão a níveis inferiores a um metro, como aconteceu na maioria dos casos. O consórcio destaca o papel determinante do EGNOS na integridade do sistema de navegação, impossível de obter de forma isolada pelo GPS e o Galileo.

De salientar que o sistema de navegação do Galileo deixou de funcionar para os seus utilizadores, desde o dia 11 de julho. A GSA tem uma breve mensagem no seu site oficial, referindo que os utilizadores poderão experienciar uma degradação no serviço, afetando todos os satélites Galileo. O sinal poderá não ser suficientemente forte para cumprir os níveis mínimos requeridos e que os utilizadores são avisados para utilização pelo seu próprio risco. Quase uma semana depois e ainda não foi feita nenhuma atualização.