A Google anunciou planos para construir e testar redes de banda larga ultra-rápida (fibre to the home) nos Estados Unidos, que podem cobrir entre 50 mil e 500 mil utilizadores e que terão como principal objectivo testar novas formas de desenvolver este tipo de infra-estruturas e perceber que aplicações podem vir a ser desenvolvidas sobre elas.

A infra-estrutura permitirá um débito de 1 gigabit por segundo, que como explica a empresa, é cerca de 100 vezes mais do que a grande maioria das famílias americanas usufrui nos serviços convencionais.

O teste será restrito a algumas zonas dos Estados Unidos e vai concretizar-se com o apoio de parceiros que podem ser cidades, Estados, concelhos, etc. As manifestações de interesse podem ser enviadas à empresa até 26 de Março. Antes do fim do ano será conhecida a selecção de parceiros e o projecto chega ao terreno.

"Estamos a planear construir e testar redes de banda larga ultra-rápidas num pequeno número de localizações de teste nos Estados Unidos", revelam Minnie Ingersoll e James Kelly, gestores de produto, no blog oficial da empresa. "O nosso objectivo é experimentar novas formas de tornar melhor e mais rápido o acesso à Internet para toda a gente", acrescentam os responsáveis.

A empresa assegura que não tem intenções de suplantar os projectos dos prestadores tradicionais de serviços de Internet e afirma mesmo que comunicou por email aos maiores fornecedores de Internet as suas intenções, deixando claro que é uma iniciativa de testes. Também é explicado que o objectivo do projecto não passa por criar mais uma forma de impulsionar a utilização dos seus serviços, mas de um esforço para acelerar o desenvolvimento de novos serviços.

A Google defende um acesso mais generalizado que o actual a redes de banda larga de alto débito e sublinha o potencial de criação de emprego que o desenvolvimento deste tipo de infra-estrutura pode assegurar, numa visão claramente alinhada com a do Governo federal, que deu espaço de destaque às infra-estruturas de Internet no plano de recuperação do país. A coincidência de visões também é referida pela empresa, que define o seu projecto como paralelo ao anunciado pelo Governo para alargar a cobertura no país de redes de nova geração. Todos os esforços são importantes para tirar os Estados Unidos da 15ª posição do ranking mundial em termos de velocidade média do acesso à Internet, sustenta.

A empresa defende um modelo de redes de acesso aberto, a partir das quais vários operadores possam prestar serviços, multiplicando as hipóteses de escolha dos consumidores, mas a própria Google assegurará também a entrega de ofertas aos consumidores a "preços justos e competitivos".