"Estamos num momento único, quase histórico", afirmou Alexandre Fonseca, CTO da Portugal Telecom durante a apresentação no Web Summit, enquanto demonstrava a velocidade de 375 Gbps por segundo, na rede móvel da Portugal Telecom e com um telefone comercial, mas topo de gama.

No stand da empresa, no Pavilhão 2, a PT tinha dois cenários assentes no 4,5 G: o quase real com a velocidade máxima até 400 Mbps, e um outro com maior velocidade e que pode chegar a 1,7 Gbps, que pode ser alcançado já no próximo ano "se existirem condições", explica Alexandre Fonseca.

A boa notícia é que as velocidades de 400 Mbps podem estar "para breve", explicou o CTO da Portugal Telecom, dizendo que é uma questão comercial e que pode avançar nas próximas semanas, dependendo do enquadramento do mercado, possivelmente até ao Natal.

Ao TeK o CTO da PT explicou que há 4 ou 5 smartphones de topo de gama que já suportam o 4,5 G mas escussou-se a referir marcas e modelos, mas lembrou que os pacotes comerciais atuais limitam a velocidade aos 150 mbps, pelo que terá de haver disponibilidade comercial.

Alexandre Fonseca garante ainda que esta experiência em ambiente público, não controlado, é pioneira no mundo e que resulta da parceria com a Huawei, mas também da inovação e investimento que a operadora tem feito na rede móvel.

E esta demonstração é apenas um passo intermédio no caminho do 5G. "Estamos prontos para o 5G, mas até ao 5G há vida", explica Alexandre Fonseca. O CTO da PT explicou depois aos jornalistas, já à margem da apresentação, que tecnicamente existem condições para arrancar com a quinta geração em 2020, mas que é preciso que as autoridades europeias e os reguladores "entendam as necessidades de fazer investimento e que não esqueçam que estamos a fazer investimentos no 4G que é preciso rentabilizar".

Neste momento está a decorrer uma consulta pública da Anacom para o espectro de 3,5 GHz que é necessário para avançar com as velocidades que a PT demonstrou na exposição.

Problemas técnicos que são notícia. O "Wi-Fi Gate do Summit"

Depois das "falhas técnicas" de Paddy Cosgrave (que tentou fazer um live durante a abertura do Web Summit, que se tornou notícia em Portugal e a nível internacional), não tem havido propriamente queixas sobre o Wi-Fi. O que não deixa de ser positivo num evento com mais de 50 mil pessoas, cada uma com pelo menos dois dispositivos sempre ligados e a carregar fotos, vídeos e a atualizar serviços internet em permanência.

Mas afinal o que aconteceu ontem? O momento já deu direito a esclarecimentos oficiais e desmentidos, com a organização a confirmar que Paddy Cosgrave estava a usar a sua rede móvel (Vodafone) em roaming e que não conseguiu a largura de banda para fazer o live que pretendia no Facebook, mas já hoje desmentida pela Vodafone.

Em comunicado a operadora já veio dizer que na altura da falha, Paddy não estava usar a sua rede, mas sim o Wi-Fi usado no local do evento. "Como é do conhecimento público, a Vodafone não é o operador responsável por assegurar as comunicações do Web Summit. Assim, os problemas técnicos que se verificaram durante a ligação em Wi-Fi não podem, em qualquer circunstância, ser inputados à Vodafone", diz o comunicado onde a operadora anexa o vídeo do momento.

Questionado pelos jornalistas, Alexandre Fonseca da Portugal Telecom destacou que a empresa está há 4 meses a trabalhar na montagem da rede Wi-Fi do Web Summit e que "os resultados estão acima das expectativas". "Cada utilizador tem 30 Mbps de débito e estão a ser partilhadas milhares de fotografias e vídeos", adiantou, sem querer entrar em mais pormenores relativamenta ao que aconteceu ontem.

Acompanhe todas as novidades do Web Summit com o TeK e veja ainda as fotografias captadas pela equipa do TeK, em reportagem “ao vivo” a partir do Meo Arena e da Fil em Lisboa.