Por Sérgio Bastos (*) 

Atualmente, estamos numa era de acelerada transformação digital que poderá tornar real várias das situações expostas em “Black Mirror”. Há marcas a investir fortemente em Research & Development (R&D) com o objetivo de criarem novos mercados e/ou de se posicionarem na liderança de outros existentes com serviços e produtos pioneiros. Inovações baseadas em Mobile, Big Data e Cloud – elementos da terceira plataforma – vão entrar nas nossas vidas em breve e terão um papel disruptivo em determinados sectores da economia.

A Inteligência Artificial, a Realidade Virtual, a Realidade Aumentada, a Internet das Coisas são algumas das tecnologias que estão e vão mudar a nossa forma de viver. Exemplos:

 

1)     Amazon Go Just Walk Out – supermercados autónomos

A Amazon apresentou um protótipo de supermercado no qual o consumidor não precisa fazer “check out” das suas compras. Ao entrar, terá de se identificar com um código QR e, ao sair, o recibo é lhe entregue automaticamente na conta. A tecnologia, batizada de “Just Walk Out”, assenta em inteligência artificial, deep learning e computer vision. Vai beber conhecimentos nos avanços que se têm feito nos futuros veículos de condutor automático, informa a Amazon. A tecnologia levou quatro anos a ser desenvolvida e está em teste em Seattle num espaço físico só de acesso a colaboradores da retalhista. Estará disponível para o público geral ao longo de 2017. Há informação de que a marca de Jeff Bezos quer abrir 2000 lojas de rua nos próximos 10 anos nos EUA.

 

 

2)     Veículos Autónomos – novo conceito de transporte

Os veículos autónomos estão fase de testes e devem chegar ao mercado antes de 2020. Mais de 20 marcas trabalham em propostas, desde as mais conceituadas fabricantes de automóveis a empresas de ADN digital. Os “carros do futuro”, assentam em tecnologias de sensores, sistemas de controlo e machine learning. Quando estiverem ao dispor para o consumidor final, vão espoletar alterações substanciais na forma como se transportam pessoas e mercadorias, nos sistemas de seguros, no trânsito e em determinados sectores económicos. Há quem argumente, por exemplo, que o “car sharing” ganhará predominância e que deixará de ser convencional a aquisição de veículos particulares.

 

 

4)     Inteligência Artificial - chatbots e assistentes digitais

A forma como rececionamos e interagimos com a informação digital está a evoluir para novos patamares. A busca em “browser” tornar-se-á secundária. Os Digital Assistants (Siri da Apple, Google Assistant, Amazon Alexa e Windows Cortana) e os chatbots de marcas vão ter um papel crescente nas nossas vidas. São o primeiro vislumbre deste tipo de tecnologia – a inteligência artificial ­- que também está a moldar novas formas de se habitar em casas (Smart Houses) e em polos citadinos (Smart Cities). Marcas como a Uber, KLM, Pizzahut já têm os seus chatbots ativos no Facebook. No mercado, estão já dispositivos de assistência virtual (Amazon Echo, Google Home e futuramente o Kuri).

 

5)     Blockchain – consensos e segurança na gestão de informação

A tecnologia Blockchain permite resolver um problema antes pensado como irresolúvel: como chegar a um consenso relativamente a um dado acontecimento, entre entidades que não se conhecem e não confiam umas nas outras. Durante muito tempo achou-se que este problema era na verdade impossível de resolver. A moeda virtual Bitcoin veio provar o contrário. A tecnologia permite a aplicação de vários paradigmas informáticos que, juntos, resolvem o problema do consenso distribuído.  É útil na guarda e identificação de informação importante e sensível. Por exemplo, a Walmart está a testar a tecnologia Blockchain para registar e facilmente chegar a indicações sobre unidades de alimentos que tem à venda. Cada embalagem passa a ter um código único com informações sobre fornecedores e a sua produção. Esse código permite acesso direto ao produto, caso dele resulte algum problema como o adoecimento do consumidor. Esta tecnologia tem potencialidade disruptiva e a sua aplicação é alvo de muito estudo. 

 

Investir em R&D para criar tecnologia que melhora o quotidiano das pessoas

O departamento de R&D da agap2IT trabalha em diversas áreas de potencialidade disruptiva. Recentemente implementou um sistema que permite gerir bases de dados “on demand”, sobre uma rede Blockchain através da criação e gestão de bases de dados. O seu preenchimento com dados, a sua consulta, e respetiva alteração, são feitos de forma distribuída, seguindo um método análogo ao de uma rede Blockchain.

A distribuição dos dados impõe logo um problema de segurança e privacidade. Para atacar este problema, foi implementado um mecanismo de cifra de dados, com diferentes níveis de segurança, onde níveis menos seguros permitem expor as funcionalidades mais elementares de pesquisa de dados, como a filtragem e a ordenação. A mistura destas tecnologias permitiu criar um serviço de gestão de bases de dados (na semelhança a um serviço cloud), onde os dados se encontram distribuídos, mas seguros, e não é necessária nenhuma autoridade central.

Este tipo de tecnologia pode ter várias aplicações. Um exemplo imediato é na guarda e gestão de informação pertencente ao estado, por entidades privadas. Deixar informação estatal na posse de entidades privadas pode facilmente levar a diversas situações de abuso de poder, corrupção ou fraude. A utilização do serviço em causa, permite-nos impedir que estas situações surjam, primeiro porque toda a informação se encontra devidamente cifrada, e segundo porque a mesma se encontra distribuída de forma descentralizada, sem recorrer a uma entidade central, e onde o consenso sobre qual a mesma é alcançável.

 

(*) Marketing Communications, agap2it 

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