Por Francisco Jaime Quesado (*)

O Estado existe para servir os cidadãos e deve ser antes de mais um exemplo da adequada utilização dos recursos na mobilização operativa para uma maior competitividade económica e social. Precisamos por isso de apostar num Estado Inteligente. Um Estado inteligente deve assumir-se como a plataforma central para uma cultura de participação cívica positiva tendo em vista conseguir atingir resultados e impactos positivos. Para isso, são importantes os bons exemplos e as boas práticas. Com a apresentação do PESPAP – Plano Estratégico de Serviços Partilhados da Administração Pública, assume-se o desafio de contribuir, em rede com outras entidades deste ecossistema, para um Estado inteligente em Portugal.

A economia portuguesa está confrontada com o desafio de uma nova competitividade no quadro duma crescente competição global e pretende-se para o quadro social nacional uma base de confiança e estabilidade próprias dum país desenvolvido. O Estado assume um papel central na criação das condições para estes objectivos – pretende-se um Estado inteligente, exemplar na boa afectação dos seus recursos (financeiros, materiais, humanos) e capaz de construir novos contextos de parceria estratégica facilitadores da captação de investimento, dinamização do empreendedorismo e reforço da inovação e criatividade como factores de distinção competitiva.

O PESPAP assume-se como uma plataforma dinâmica focada em elevados patamares de eficiência na gestão partilhada de recursos e na excelência de soluções em rede que ajudem os diferentes actores da Administração Pública no objectivo individual e colectivo de construção de um verdadeiro Estado inteligente. O Estado é antes de mais uma grande organização complexa multipolar onde os sistemas de informação e as tecnologias têm um papel instrumental decisivo em sede de níveis de eficiência estratégica e eficácia operativa; mas o Estado é também e sobretudo um referencial de confiança e ambição para todos os cidadãos, empresas e outros stakeholders que partilham no dia a dia a dura batalha da competitividade.

Portugal realizou nos últimos quinze anos fortes investimentos em termos de política pública nas áreas da sociedade da informação e da modernização administrativa, muito centradas na melhoria dos serviços prestados pelo Estado aos cidadãos e empresas e na qualificação dos níveis de eficiência na gestão partilhada dos recursos disponíveis. Muito tem sido feito e Portugal pode-se orgulhar de ser hoje um país da linha da frente na área do e-government e na gestão partilhada de recursos públicos (onde, entre outras, a importante área do e-procurement teve um particular desenvolvimento estratégico em termos tecnológicos e operacionais). É um balanço muito positivo que resulta dum trabalho em rede que tem mobilizado muitos actores da inovação e conhecimento e sobretudo a Administração Pública e os cidadãos e empresas.

O desafio que se coloca agora é o de consolidar este trabalho de excelência e de apostar na construção do Estado inteligente que todos ambicionamos. Trata-se dum desafio complexo, que deverá mobilizar  inúmeros actores da Administração Pública, em rede com cidadãos e empresas, para que seja mais fácil captar investimento, aumentar o número de novas empresas, reforçar a presença internacional da nossa economia e desenvolver novas oportunidades em áreas centrais como a inovação social.  O PESPAP  dará o seu contributo em rede para este Estado Inteligente, capacitando recursos, qualificando práticas e metodologias, dinamizando redes, reforçando contextos de interoperabilidade. Inovação aberta, gestão de redes e inteligência competitiva serão a base deste aposta que o PESPAP se propõe fazer para este objectivo estratégico.

(*) Presidente da ESPAP – Entidade de Serviços Partilhados da Administração Pública 

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