Por Carolina Afonso e Letícia Borges (*)

[caption]Carolina Afonso e Letícia Borges[/caption]
Actualmente, as marcas lutam por dividir a atenção dos utilizadores e nessa batalha ganha quem for mais original e capaz de oferecer algo ver¬dadeiramente útil e relevante à sua audiência, uma missão em que os passatempos e aplicações no Facebook podem desempenhar um papel fundamental.

Vantagens dos Passatempos

Através de passatempos é possível fidelizar clientes, promover produtos e ofertas, conseguir novos fãs, incrementar a base de dados, comunicar com um target específico, suprir alguma necessidade particular, divulgar um evento, comemorar uma data especial ou criar engagement.

A importância da definição do target, objectivos e ROI expectável

Ao criar um passatempo há que definir primeiramente qual é o público-alvo que aspiramos atingir e qual será o papel dentro da nossa estratégia, a sua contri¬buição e o valor que acrescentará, o seu objectivo, a sua funcionalidade e o resultado pretendido. O participante deverá ser incentivado, ou seja, deve haver uma recompensa pela sua interacção e esforço. É imprescindí¬vel também monitorizar a acção, medir os seus resultados e o seu impacto na estratégia geral.

Uma fonte de “intelligence” para as empresas

Um dos objectivos principais de um passatempo é a compilação de «inteligên¬cia» e de dados, que serão utilizados na prospeção de clientes, em estudos de mercado ou pelo departamento de I+D no desenvolvimento de novos produtos. Portanto, não nos podemos esquecer de que o Facebook é uma entidade privada e, como tal, a nossa preocupação deverá ser desenvolver apps que permitam extrair informação do Facebook e não depender do mesmo para o acesso a estes dados. Geralmente, a própria empresa forne¬cedora da app facilita este tipo de serviço, porém, a recolha e classificação dos dados poderão ser feitos também através de ferramentas de CRM para redes sociais ou mesmo a partir de soluções de gestão mais robustas.

Criatividade enquanto ingrediente principal

O conteúdo tem de ser apresentado de forma atrativa e ter a capa¬cidade de motivar o utilizador a continuar, em cada passo, até atin¬gir o objetivo final, seja fornecer os seus dados, partilhar o con¬teúdo com amigos, recomendar o seu produto ou fazer o download de algum material. Uma estratégia que funciona bem é oferecer o conteúdo em pequenas doses para instigar a curiosidade, deixar o utilizador querer mais e favorecer a participação até ao final.

Toda a experiência de utilização que o participante tem com o interface da aplicação requer um planeamento cuidadoso, assim como a sua faci¬lidade de utilização. Quantos mais obstáculos houver, mais o utilizador se sentirá desencorajado a participar e abandonará a experiência.

Quanto ao design da app, existem várias empresas que oferecem soluções pré-desenhadas para a realização de promoções ou passatempos. A grande vantagem de utilizar uma destas plataformas, além de serem mais económicas do que uma solução customizada, é a sua contribuição também no momento da monitorização.

Seguem-se algumas sugestões: www.booshaka.com; www.batchbook.com; www.involver.com/applications ; http://www.easypromosapp.com ; http://www.woobox.com; www.pinvolve.com.

A maioria destas empresas oferece soluções completas para monitorizar e medir os resultados da sua acção.

A legalidade e segurança

O tema da protecção de dados é sempre polémico quando nos refe¬rimos aos passatempos e aplicações, pelo facto de poderem aceder aos dados do perfil dos utilizadores. Portanto, quando pensamos em desenvolver um passatempo, antes de tudo, temos de estar cientes das regras de uso de cada rede social.

O Facebook, por exemplo, não permite a realização de passatempos diretamente no mural e exige um separador dedicado a isso. Não per¬mite igualmente utilizar as suas caraterísticas ou funcionalidades, como o botão «Gosto», como mecanismo de votação para uma promoção, e exige o uso de certificação de segurança. É também necessário fazer um disclaimer isentando o Facebook de toda a responsabilidade. Reco¬mendamos a consulta das políticas do Facebook antes de levar a cabo uma ação (podem ser encontradas no seguinte link www.facebook.com/socialtargetthebook).

Além das políticas do Facebook, convém sempre verificar a legisla¬ção do país sobre jogos de azar e passatempos, que prevalece sobre as primeiras. É importante que a secção de termos e condições contemple, além das regras da plataforma, a legislação local sobre protecção de dados e especificações para a realização de sorteios, concursos, jogos ou passatempos.

Recomendamos a consulta de uma agência especializada ou do departamento legal da sua empresa para a redação da declaração informativa sobre os termos e condições da sua app. Em Portugal, por exemplo, os jogos de azar, mesmo em redes sociais, necessitam de uma autorização do Ministério da Administração Interna.

Para contornar a burocracia, pode sempre optar-se por um critério qualitativo. Por exemplo, pode solicitar-se a submissão de uma frase, foto, etc., em que a decisão final é remetida a um júri, que apreciará qua¬litativamente as participações e decidirá qual o vencedor final. Através da utilização do critério qualitativo, não há a dependência do fator sorte, podendo evitar-se trâmites burocráticos, dependendo do país onde for realizado o passatempo.

Concluindo, o tema dos passatempos e aplicações não se esgota por aqui e a nossa tentativa foi a de resumidamente tentar passar por algumas das etapas e facultar algumas dicas.

Dado o dinamismo e constante actualização do tema, sugerimos que estejam atentos às novidades que vamos publicando sobre este e outros temas relacionados com as redes sociais em www.facebook.com/socialtargetthebook.

(*) Autoras do livro “Social Target – Como tirar partido das redes sociais e potenciar o seu negócio”