Por Nuno Godinho (*)

O nearshore é hoje uma palavra que nos habituámos a ouvir. Muitas empresas tendem a prestar este serviço e a enfatizar os prós deste modelo a clientes internacionais de toda a Europa. Mas não nos podemos esquecer de algo que é a chave para um projeto de sucesso em nearshore: a tecnologia. A tecnologia é muito importante. Todos sabemos disso. Portugal é claramente um mercado em crescimento no que respeita a recursos de TI, o que permite aos engenheiros trabalhar nesses projetos, mas, se o mercado tiver falta de tecnologia específica, a verdade é que tudo se pode transformar num novelo de pesquisas sem qualquer resultado.

É por essa razão que é crítico para as empresas que disponibilizam este tipo de serviços proporcionar formação e suporte (quase) 24/7 a todos os engenheiros. Disponibilizar bases de conhecimento, conferências, encontros e eventos tecnológicos, workshops internos para os que necessitam de determinada competência poderem aprofundá-la (ou seja, a maioria de nós).
De facto, a vontade de oferecer as melhores soluções para obter os melhores resultados está intimamente ligada com o investimento nas equipas. Os clientes tendem a escolher fornecedores que têm uma grande estrutura para suportar a sua procura. Se falarmos com alguém do Middle Management e/ou um Project Leader, ter uma equipa com suporte técnico total através dos exemplos acima é claramente o pote de ouro no fim do arco-íris.
No que respeita a Portugal, sim, é verdade que temos bom tempo, que somos provavelmente um dos melhores países para viver e trabalhar e que temos excelentes engenheiros a um custo competitivo. Mas, no final, também chove e, quando acontece, temos de estar preparados para isso, assegurando que esses engenheiros têm guarda-chuvas, casacos e uma grande vontade de aprender e evoluir.
Este é também um mercado muito dinâmico. A quantidade de abordagens através do LinkedIn ultrapassa todas as estatísticas. Diariamente aparecem novos projetos, emergem novas tecnologias e algo passa a ser «cool» e «trendy». Temos também de ter isto em conta, proporcionando um excelente («geeky») ambiente de trabalho, com acesso às tecnologias mais recentes (quer hardware, quer software) e, porque não, alguns «free snacks».
Além de todos estes aspetos, quando os clientes estão a selecionar o melhor fornecedor de nearshoring, é igualmente importante conseguir criar uma boa relação entre as duas empresas. Mesmo sendo totalmente diferentes podem trabalhar em conjunto, desde que tenham algo em comum. No final, a fusão das duas leva a grandes resultados e este tipo de parcerias fortalece ambas as partes. Ficam todos a ganhar, e só assim faz sentido.

(*) Senior Business Manager da Prime IT