Por: Fátima Abelha (*)

Qualquer responsável pela gestão, construção e conceção de Centros de Dados procura continuamente formas de aumentar a sua eficiência, assegurando, em simultâneo, a máxima disponibilidade. Melhorias de desenvolvimento em vertentes como a disponibilidade e a redução de custos de energia, mais que desejáveis, são expectáveis.

Considerando as enormes e disruptivas alterações com impacto nos Centros de Dados e operação das tecnologias de informação (TI), assegurar a eficiência apenas na construção não é suficiente. Apesar de, até há bem pouco tempo, os Centros de Dados terem sido sobretudo arquivos digitais de apoio aos sistemas internos das empresas, recentemente tornaram-se num elemento fundamental para a transformação digital dos negócios.

Hoje em dia, para crescer como empresa, contemporânea e digital, as organizações necessitam de uma estratégia para o comércio digital, serviços em Cloud, Marketing digital e redes sociais, analítica de Big Data e Internet das Coisas (IoT). A Gartner refere-se à confluência de fatores sociais, mobilidade, Cloud, e Big Data como "união de forças", enquanto a IDC descreve essas tecnologias como a "terceira plataforma".

Num conjunto de previsões sobre Centros de Dados, a IDC antecipa que até 2016, 65% dos investimentos em infraestruturas tenham como objetivo os sistemas da terceira plataforma. Efetivamente, estes equipamentos precisam de se atualizar, e rapidamente.

Os quatro principais fatores que conduzem à necessidade de transformação dos Centros de Dados são:

1. Tecnologias disruptivas: A utilização de tecnologias como o Big Data e a IoT está a aumentar vertiginosamente e coloca uma pressão enorme nos Centros de Dados que têm de permanecer resilientes e fiáveis. A Gartner estima que existam 4.9 mil milhões de dispositivos interligados, e que este número aumente para 25 mil milhões até 2020. Por forma a dar resposta a esta tendência, é fundamental assegurar uma maior flexibilidade e monitorização dos Centros de Dados.
2. Suporte para o crescimento do negócio: As organizações necessitam alterar a forma como encaram os seus Centros de Dados , transformando-os de meros centro de custos para uma infraestrutura ágil e de elevado contributo para o crescimento do negócio. Análises levadas a cabo pela Gartner alertam para que, em 2017, o comportamento de mobilidade dos consumidores impulsione em larga escala as receitas do comércio eletrónico móvel. Os Centros de Dados têm que promover este crescimento e não travá-lo.
3. Redução de custos energéticos: A adaptação das infraestruturas às tecnologias disruptivas tem que ser acompanhada por ganhos ao nível da eficiência energética. Num estudo recente da empresa de construção Mortenson, quando interrogados sobre o que mais gostariam de mudar nos seus Centros de Dados, a principal resposta dos profissionais de TI foi “mais eficiência energética” e “melhores sistemas de arrefecimento/AVAC”.
4. Cumprimento dos requisitos de regulamentação/legislação: O armazenamento, processamento e circulação de dados digitais está a ser alvo de grande escrutínio regulamentar em todo o mundo. Com as manchetes de fugas de segurança corporativa que marcaram os últimos dois anos, monitorizar e implementar os desenvolvimentos na regulação da atividade dos Centros de Dados continuará a ser essencial.

 

Além da identificação dos pilares, é sobretudo importante responder à questão: “O meu Centro de Dados está pronto para suportar o crescimento do meu negócio, na era do IoT, E-Commerce, Cloud e Big Data?” Se a resposta for negativa, devemos então passar para a implementação de uma abordagem que acredito ser a mais fiável, a Plan - Do - Check – Act (PDCA), que consiste numa metodologia de gestão em 4 passos para o controle e melhoria contínua de processos e produtos.
A evolução tecnológica pode ser rápida e disruptiva, mas a reação deve manter-se estratégica e especializada. Só deste modo será possível aumentar a eficiência sem comprometer a disponibilidade e sustentabilidade do negócio.

(*) Enterprise Manager | Schneider Electric