Redes Sociais vs. Transformação Social ou Redes Sociais = Transformação Social
Por Tiago Forjaz *
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Vivemos tempos únicos, na história da humanidade, assistimos a mudanças vertiginosas no decorrer de uma vida que criam novas pressões sobre a forma como vivemos. A explosão da informação consequente à Internet, o surgir do terrorismo global, o renascer do oriente, a preocupação generalizada pelo futuro do mundo e ultimamente a eleição de um presidente americano que representa o conjunto de todas as minorias ilustra bem o ponto e permite continuar.
Existem ainda outras mudanças, igualmente importantes, que são mais discretas e que acabam por reorganizar o mundo sem que se fale muito delas. Este é o caso das redes sociais e a pressão que elas criam na nossa transformação social.
O surgir do fenómeno das redes sociais tem sido abordado de mil e uma maneiras mas penso que existe ainda muito espaço para analisarmos este fenómeno, à luz do que ele significará para as empresas e pessoas bem como para a sociedade.
As empresas mais vanguardistas do mundo compreenderam já a obsolescência das suas Intranets e por isso as mais inseguras implementaram, antes de todas as outras, mecanismos de comunicação e partilha inspirados em redes, mas cometeram erros e por isso algumas experimentaram o insucesso que às vezes acompanha os primeiros. Outras estão já a gozar os resultados da utilização da nova lógica da engenharia humana (redes sociais corporativas) no seu ambiente de trabalho com impactos expressivos na sua produtividade (10,33%), no desenvolvimento de oportunidades de negócio (11,65%), na retenção de talento e na amplificação da cultura organizacional.
Mas todas se apercebem da importância de perceber como é mesmo que as coisas acontecem e como o trabalho se realiza numa empresa (para o leitor mais interessado há um livro que ajuda chamado The Hidden Power of Social Networks (Understanding How Work Really Gets Done in Organizations) de Rob Cross e Andre Parker.
As pessoas, por outro lado, sentem-se atraídas pelo fenómeno das redes sociais de forma crescente, mas entendem ainda as redes como um fenómeno de voyeurismo que faz com que a grande maioria sinta medo e que entre nas nelas apenas para observar, para estar actualizado. Existem muitos que estando em redes, observam para criticar, outros que lêem para aprender, alguns usam o espaço como o de um palco (ou como uma sala de convívio), mas menos são os que percebem a utilidade das redes para distribuir informação, fomentar a selecção e ampliar a oportunidade da colaboração, ou mesmo como canal de transformação social. Mas se alguns compreendem (ou pelo menos respeitam) que as redes sociais são como icebergues que só permitem ver uma pequena parte da sua real dimensão e percebem que o que é realmente importante acontece em grupos de afinidade e em ambiente real, outros nem se apercebem do que está em causa para a nossa sociedade.
Com a velocidade da propagação da informação provocada pela Internet aumentou o gap comunicacional entre gerações que está mais fundo e evidente passando a dificuldade de comunicação a estar não só na forma mas também no conteúdo e na tecnologia. Ainda os mais novos estão a compreender que as redes sociais estão para o bibliotecário como a biblioteca está para a Internet, mas o desafio já está connosco. Falo do desafio de acelerarmos a velocidade de transformação social. A importância da integração intergeracional nunca foi tão importante e relevante como agora, pois nunca houve tanta pressão demográfica para que três gerações (provavelmente as mais diferentes entre si) tivessem de conviver em harmonia em casa, nas empresas e em sociedade.
A velocidade a que a sociedade se consegue transformar tem sido estudada por diversas ocasiões e há exemplos de tudo na história, transformações abruptas, transições lentas e até revoluções, mas é sempre nosso, o problema e a responsabilidade de fazer com que ela se precipite no decorrer da nossa vida. É o que acontece com o fenómeno das redes sociais. Ainda estamos a digerir o facto da Internet ter provavelmente criado uma disruptura civilizacional, comparável apenas ao império romano, ao reinventar o conceito da democracia e provavelmente contribuíram para o salto civilizacional mais relevante na história recente.
A equação preguiçosa da transformação social é uma função do nosso querer, pois todos sabemos que não há mudança sem vontade. A física ensina que tudo o que parte, liberta energia e logo perde valor. Pois o desafio na nossa sociedade actual é exactamente esse. Como podemos transformar sem partir? Temos as condições laboratoriais ideais, pois as redes sociais já existem e representam um veículo equitativo, justo e despreconceituoso de partilha de conhecimento tácito mobilizado pela vontade de cada indivíduo da comunidade.
Há uma certa justiça evangelizadora no mundo que nos proíbe de viver sozinhos, de ignorar que fazemos parte de um todo, que nos explica que se não singramos em conjunto não singramos de todo. Contudo, a tecnologia avançou numa velocidade nova e vertiginosa e deixou para trás as gerações anteriores.
Hoje alguém que ajude os seus pais a adaptarem-se à tecnologia ou que ensine o respeito e o valor de se ter percorrido uma parte da vida aos mais novos contribui para que fiquemos mais perto da harmonia e da sabedoria. Por isso o desafio é acelerarmos, não a velocidade de acesso à informação, mas a velocidade de processamento social dessa informação.
Não Esquecer: A velocidade da transformação social é uma função do teu querer individual porque, não ganhamos senão todos.
*Partner da Jason Associates
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