A utilização abusiva das chamadas loot boxes nos videojogos tem sido um assunto discutido pelas autoridades dos Estados Unidos e Europa sobre a eventual ligação a jogos de azar e se tais cometem infrações da forma como alguns jogos se processam. Na prática, os jogadores amealham caixas com conteúdos aleatórios pela sua performance, recompensas surpresa, de qualidade superior ou inferior, entre itens cosméticos (raros ou comuns), mas também com a capacidade de influenciar a performance dos jogadores nas partidas. Muitos apontam para as caixas constituírem um sistema típico de jogo de azar, como as slot machines, com tendências de vício.

Jogos e apostas: UE e EUA vão analisar questão das "loot boxes" nos videojogos
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O problema, nesta tendência nos videojogos, é quando existe dinheiro real envolvido, o que é proibido ao abrigo de legislações locais, ou seja, os prémios que saem nestes “sorteios” não podem ser monetizados. Existem, por exemplo, portais independentes às editoras, que negociam itens importantes para a performance, tais como cartas de jogadores para o FIFA, em que jogadores como Cristiano Ronaldo ascendem os 150 dólares pela respetiva carta.

Na verdade, o jogo da Electronic Arts tem sido visto como o principal catalisador em torno da negatividade em torno das loot boxes, tal como Star Wars Battlefront II, igualmente da editora. Isto porque as tais loot boxes, ou os packs de cartas de FIFA podem ser adquiridos através de dinheiro real, vendidos pela empresa, através dos chamados FIFA Points. Os pontos servem de atalho para comprar pacotes de jogadores, e lá está, a “roleta” testa a sorte na saída de cartas melhores de jogadores.

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Alguns países têm tomado ações contra o sistema de loot boxes, e enquanto que a Holanda as baniu de alguns videojogos, a Bélgica foi mais radical e declarou-as ilegais no ano passado. A Electronic Arts emitiu um comunicado onde diz que depois de diversas conversações com as autoridades belgas, decidiu cancelar a venda de FIFA Points na Bélgica. Tanto as versões PC como consolas de FIFA 19 deixarão de vender os pontos a partir do próximo dia 31 de janeiro. Depois da data, os jogadores belgas não poderão adquirir pontos para gastar em packs de cartas para o modo Ultimate Team.

No entanto, quem ainda tiver pontos pode gastar depois da data, apenas não pode adquirir mais. O jogo não será afetado pela decisão pois continuará a oferecer os jogadores em packs adquiridos com a monetização virtual do jogo ou no menu das transferências.

No comunicado, a EA refere que procura introduzir opções na forma como os seus jogos são jogados, incluindo as probabilidades de itens melhores nos seus loot boxes e que de forma transparente os jogadores façam escolhas no acesso ao conteúdo. Assim, apesar da empresa cumprir com a lei e retirar o acesso aos FIFA Points, não concorda com a interpretação das autoridades belgas, e pretende continuar a esclarecer a sua posição no futuro. É ainda referido que esta decisão não terá impacto na sua performance financeira.

A Electronic Arts não foi a única a tomar ações sobre as loot boxes. A Square Enix removeu três jogos para smartphones disponíveis com modelo de negócio free-to-play, tais como Mobius Final Fantasy, Kingdom Hearts Union X e Dissidia Final Fantasy Opera Omnia. Outras empresas poderão seguir o mesmo caminho para evitar as sanções da legislação.

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