Descrito como um modelo de patologia baseado em IA, o GigaTIME é capaz de analisar o ambiente que rodeia os tumores para ajudar a compreender como as células imunitárias interagem individualmente com eles, o que poderá permitir avanços nos tratamentos contra o cancro.

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Como explicam os investigadores da Microsoft em comunicado, a convergência entre a transformação digital e a IA generativa cria novas oportunidades para acelerar o progresso na área da saúde.

Olhando em particular para a imunoterapia, tecnologias como imunofluorescência múltipla (mIF) são cruciais para “decifrar” a forma como os tumores interagem com o sistema imunitário, ajudando também a prever de que maneira é que respondem a tratamentos.

No entanto, os custos associados à mIF são elevados, na casa dos milhares de dólares para apenas uma amostra, e até mesmo os laboratórios mais avançados só a conseguem aplicar a uma pequena fração das amostras que dispõem.

Para resolver este problema, os investigadores desenvolveram um modelo que é capaz de criar imagens virtuais de mIF a partir de biópsias convencionais. Como detalhado num novo estudo, publicado na revista científica Cell, o modelo foi treinado com um dataset de 40 milhões de células, combinadas com imagens de biópsias e dados de mIF.

O modelo foi aplicado a mais de 14 mil pacientes com cancro, permitindo gerar cerca de 300 mil imagens de mIF, abrangendo 24 tipos de cancro e 306 subtipos. Segundo os investigadores, este conjunto de imagens permitiu identificar mais de mil associações estatisticamente significativas entre a atividade das células imunitárias e biomarcadores clínicos relevantes, como genes associados à resposta ao tratamento ou à evolução da doença.

Citado em comunicado, Carlo Bifulco, diretor clínico da Providence Genomics e diretor médico de genómica do cancro e oncologia de precisão no Providence Cancer Institute, a missão do GigaTIME passa por revelar informação que antes estava fora do alcance dos investigadores.

“Ao analisar o microambiente tumoral de milhares de doentes, o GigaTIME tem o potencial de acelerar descobertas que prometem moldar o futuro da oncologia de precisão e melhorar os resultados para os pacientes”, realça.

A Microsoft avança que o modelo está agora disponível publicamente através do Microsoft Foundry Labs e da plataforma da Hugging Face, para que os especialistas da área possam acelerar a investigação clínica em oncologia de precisão.

Nota de redação: A notícia foi atualizada com mais informação. (Última ataulização: 16h39)

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