Este ano, a inteligência artificial deverá somar investimentos de 17,3 mil milhões de dólares na Europa e em 2022 de 22 mil milhões. Até 2025, a IDC estima que a despesa com este tipo de sistemas cresça a um ritmo de 26,7% ao ano, para atingir os 50 mil milhões de dólares em 2025.

A indústria e a banca são os sectores que mais vão contribuir para este bolo, mas o maior crescimento na aposta em sistemas de inteligência artificial prevê-se que aconteça na saúde.

No seu Artificial Intelligence Spending Guide, que publicou recentemente, a consultora também destaca os investimentos previstos em IA no retalho, que devem focar-se sobretudo na automação dos serviços ao cliente, na implementação de serviços de recomendações de compras e de automação de pesquisa.

Na indústria, a expectativa é que os investimentos continuem a servir sobretudo o desenvolvimento de sistemas que permitam a manutenção preditiva, mas também a gestão da qualidade e a apoiar a investigação.

Europa está 10 anos atrasada em IA. Daniela Braga reconhece vontade política mas aponta obstáculos
Europa está 10 anos atrasada em IA. Daniela Braga reconhece vontade política mas aponta obstáculos
Ver artigo

Andrea Minonne, analista sénior da IDC, comenta os números apurados para a região, defendendo que são um sinal de como “as empresas europeias vão considerar a IA uma tecnologia prioritária, que vai ter um impacto significativo em várias indústrias”. O crescimento acentuado do investimento nesta área também é um reconhecimento do “valor para a eficiência do negócio e resiliência digital da implementação de abordagens automatizadas e inteligentes durante a pandemia”, segundo o mesmo responsável.

A nível global, e por áreas de aplicação, a IDC prevê que é na automação de processos na área dos recursos humanos que o recurso à inteligência artificial mais vai crescer nos próximos anos. Segue-se a automação de sistemas TI, investigação na área dos medicamentos, aconselhamento de compras e automação de processos de reclamação. Estes dados constam também do Artificial Intelligence Spending Guide.

tek IDC
créditos: IDC

Recorde-se que a Europa quer dar cartas na IA a nível global. O tema é central na estratégia da região para os próximos anos e os esforços de regulação que começam a ser feitos pela Comissão Europeia pretendem fazer da UE um motor de desenvolvimento de sistemas de inteligência artificial éticos, uma aposta que fará a diferença, resta perceber se como acelerador ou nem tanto.

Os números no entanto mostram que os investimentos, concretizados e previstos em IA para a região, estão aquém dos que já estão em marcha noutras regiões do globo. Daniela Braga, fundadora da DefinedCrown, convidada pela Casa Branca para integrar a equipa que vai ajudar os EUA a definir uma estratégia para a inteligência artificial, disse ainda recentemente à Lusa que a Europa está 10 anos atrasada na IA.