Depois da Google abandonar a corrida para o projeto Joint Enterprise Defense Infrastructure (JEDI), uma iniciativa do Pentágono para reformular a sua infraestrutura de computação em nuvem, a Microsoft é pressionada pelos seus funcionários para lhe seguir o exemplo.

Em uma carta aberta, acusam a Microsoft de trair os seus princípios "em troca de lucros a curto prazo", afirmando que não acreditam que o que “construímos deva ser usado para travar uma guerra”.

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"Quando decidimos trabalhar na Microsoft, estávamos a fazê-lo na esperança de capacitar cada pessoa no planeta para conseguir mais, não com a intenção de acabar com a vida e aumentar a letalidade", continuou a carta.

Referem que o contrato, avaliado em 10 mil milhões de dólares, é envolto em sigilo, pelo que questionam a empresa como é que “os trabalhadores que constroem e mantêm esses serviços podem saber se o seu trabalho está a ser usado para ajudar na identificação de perfis, para efeitos de vigilância ou para matar alguém?”.

Os subscritores da carta relembram ainda que, no início do ano, a Microsoft publicou a obra “The Future Computed” a qual examina as aplicações e os potenciais perigos da IA, bem como o facto da tecnológica ter reconhecido os perigos da tecnologia que constrói, chegando a pedir ao governo federal que regule as tecnologias de IA.

O projeto JEDI tem tido tanto de polémica como de secretismo, pouco se sabendo sobre de que forma o governo norte-americano planeia usar o sistema de nuvem. Em uma conferência para discutir a iniciativa, John Gibson, do Departamento de Defesa dos EUA, revelou que o programa era "realmente sobre aumentar a letalidade do nosso departamento".

O negócio também parece ter despertado o interesse da IBM, Oracle e Amazon, com a tecnológica de Jeff Bezos a ser apontada como a favorita, graças à sua liderança no mercado e certificações de segurança e trabalho em nuvem com a CIA.