A Meta não está a passar pela sua melhor fase, sobretudo depois de apresentar os seus últimos resultados financeiros, com quebras nas receitas pelo segundo trimestre consecutivo e uma previsão de continuar a descer no próximo período. A empresa continua a investir na sua divisão de realidade virtual e metaverso, a Reality Labs, e já acumulou perdas de cerca de 15 mil milhões de dólares. Os acionistas não estão satisfeitos com os resultados da empresa e o valor da sua cotação em bolsa também deu um trambolhão em mais de 70% este ano.

Segundo o The Wall Street Journal, a Meta, casa-mãe das redes sociais Facebook, Instagram e WhatsApp, prepara-se um despedimento em massa, aquele que é considerado o primeiro desde a criação da empresa por Mark Zuckerberg. As medidas podem afetar milhares de funcionários da empresa, que no total conta contabiliza cerca de 87 mil trabalhadores.

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A empresa está agora em modo de contenção e o anúncio dos despedimentos deverá ser feito na próxima quarta-feira, segundo relataram pessoas próximas ao assunto ao jornal. Os chefes das equipas já terão também avisado os seus funcionários para cortar nas despesas associadas a viagens não-essenciais, a começar esta semana, dizem as fontes.

Foi o próprio Mark Zuckerberg que adiantou durante a apresentação dos resultados que algumas das suas equipas iriam crescer significativamente, mas a maioria das outras iria manter-se ou serem reduzidas ao longo do próximo ano. A empresa recusou-se a comentar esta notícia, apontando as palavras do seu líder de que a empresa iria agora focar os investimentos em áreas de prioridade de crescimento. E admitiu mesmo que a empresa poderia acabar 2023 com o mesmo tamanho ou mesmo uma organização mais pequena do que é atualmente.

Anteriormente, em junho, o líder da Meta já tinha afirmado que havia um grupo de pessoas na empresa que não deveriam estar. Dando nessa altura alguns sinais da turbulência a chegar à empresa. De notar que para responder às necessidades da pandemia, que empurrou o mundo para o isolamento e a necessidade da transformação digital, as gigantes tecnológicas procederam à contratação de novos funcionários, notando-se agora o excesso de mão-de-obra. Só a Meta, segundo a TWSJ contratou mais de 27 mil funcionários entre 2020 e 2021. E só este ano, nos primeiros três trimestres, foram adicionadas 15.344 contratações.

O desenvolvimento do Reels, a resposta dos vídeos rápidos ao TikTok para o Instagram também se revelou dispendioso para a empresa, sobretudo no investimento em poder computacional e inteligência artificial. Mas nada bate o “buraco negro” que tem sido a Reality Labs, que enquanto não se transformar em lucro, vai continuar a “sugar” os recursos financeiros da empresa.

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Um combate que Mark Zuckerberg continua a ter com os acionistas, sem mostrar resultados práticos. Aliás, o único produto palpável é a plataforma de realidade virtual Horizon Worlds, o primeiro passo no metaverso, que está longe de impressionar os utilizadores. E o número de utilizadores tem caído a pico, para baixo dos 200 mil visitantes naquela que pretende ser a próxima rede social. Mas o patrão da Meta prefere dizer que “penso que as pessoas vão olhar para trás daqui a algumas décadas e falar da importância do trabalho que está aqui a ser feito”.

Ainda na semana passada, durante o Web Summit, a Meta esteve presente numa sessão em reafirmou a aposta do metaverso como a próxima evolução da internet, salientando que empresas como a Apple e Microsoft vão anunciar novas soluções de headsets em breve.

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