A Apple queria superar a crise dos chips, estimando produzir 90 milhões de unidades de iPhone 13 durante a fase inicial de lançamento, uma subida acentuada face aos habituais 75 milhões. Mas a empresa acabou por cortar em 10 milhões as previsões iniciais devido à falta de stock dos componentes. A instabilidade da indústria está a causar uma inflação nos preços e as novas ameaças de COVID-19 estão a mudar o comportamento dos consumidores, que começam a preferir esperar, retraindo-se nas compras.

Segundo a Bloomberg, a Apple terá informado os fornecedores de componentes que a procura da linha de smartphones iPhone 13 abrandou. As informações, com fonte em pessoas anónimas ligadas ao assunto, referem que os consumidores estão a desistir de tentar obter os equipamentos, que são cada vez mais difíceis de encontrar. A frustração dos clientes, entre adiamentos e escassez dos produtos, juntamente com a inflação dos preços e o medo da variante omicron da COVID-19 podem limitar algumas compras.

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A Apple teria a esperança de compensar a escassez da oferta no próximo ano, prevendo-se uma melhoria no fornecimento da “matéria-prima”. Mas ao que parece, a empresa está a informar os seus vendedores que estas encomendas podem não se materializar. Ainda assim, os analistas apontam para mais um recorde de vendas neste período natalício, esperando um aumento de 6% no último trimestre do ano, traduzindo-se em receitas de 117,9 mil milhões nestes três últimos meses. Mas não será o crescimento que estava previsto originalmente.

Outro fator que está a gerar algum impasse nas compras é que o iPhone 13 é considerado uma atualização do modelo anterior. Assim, muitos consumidores podem ter decidido esperar pela próxima geração, uma vez que o iPhone 14 poderá apresentar maiores novidades que o modelo atual.

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De recordar que a Apple calculou em 6 mil milhões de dólares o impacto da crise dos chips nas suas contas, no seu último trimestre fiscal, que terminou a 25 de setembro. E também não projetou os meses seguintes com perspetivas melhores, por falta de previsão da estabilização da atual situação. Nessa conferência com analistas, Tim Cook já tinha explicado que a Apple dá preferência à aquisição de chips com novas tecnologias, mas em algumas áreas continua a ter de recorrer a tecnologias mais antigas onde “competimos com muitas outras empresas por fornecimento e é difícil prever quando voltará a haver um equilíbrio”.

O iPhone continua a ser o principal pilar nas contas da empresa, tendo contabilizado com cerca de metade das suas receitas no último ano fiscal, que foram de 365,8 mil milhões de dólares.