O estudo foi encomendado pelo Gabinete de Estratégia e Estudos do Ministério de Economia e junta três análises diferentes, atualizando uma primeira avaliação realizada em 2018. A análise ontem divulgada pelo Jornal de Negócios indica que entre 2016 e 2019, terão entrado menos 77,5 milhões de euros nos cofres do Estado.

Só na edição de 2019 a expectativa era de que a conferência representasse ganhos de 124,3 milhões de euros no Valor Acrescentado Bruto (VAB), de 58,4 milhões de euros na receita fiscal, mas os valores ficaram abaixo do estimado. Segundo os dados, o VAB terá crescido menos 44%, para os 69,8 milhões de euros, enquanto o crescimento da receita fiscal foi de 29,7 milhões de euros, o que corresponde a metade do que era esperado inicialmente. A criação de emprego também ficou abaixo do que era esperado, assim como as despesas associadas ao evento.

Paddy Cosgrave não quis comentar os resultados do estudo na conferência de imprensa de quarta feira de manhã, mas o ministro Pedro Siza Vieira sublinhou que os resultados indicam um impacto “altamente positivo” em todos os aspetos, da criação de emprego aos rendimentos extra, e afirma que “o retorno mais do que ultrapassa os investimentos que estão a ser feitos.

Lembrando que o estudo é “um esforço de transparência”, conduzido de forma independente, o ministro da Economia e da Transição Digital reconhece que é difícil medir os impactos diretos e indiretos. “Tentámos ver o impacto nas startups e investidores e verificamos que a reação também muito positiva mas é muito difícil medir o impacto direto”, explicou na conferência do lançamento da  Europe Startup Nations Alliance, que foi ontem oficializada no Web Summit.

O impacto “é óbvio para todos” mas difícil de quantificar, admite o ministro, referindo que “vemos as evidências e conhecemos história de empreendedores que vêm ao Web Summit e que depois decidem investir”, citando exemplos da Mercedes e BMW, entre outros empreendedores.

Recorde-se que a fixação do Web Summit em Lisboa durante 10 anos foi resultado de um compromisso com o Governo português e o Município de Lisboa, com garantia de investimento de 11 milhões de euros por ano até 2028 e o alargamento do espaço da FIL, que ainda não se concretizou. Mesmo assim o CEO do Web Summit tem garantido que não há razão para quebra de contrato e garante que o evento vai continuar em Portugal.

Resultados do estudo de impacto

Os dados publicados na página do Gabinete de Estratégia e Estudos do Ministério de Economia dão conta dos resultados do estudo que dá continuidade à primeira análise publicada em 2018, à qual se juntam mais dois estudos complementares, um “para conhecer as perceções sobre o evento das start-ups portuguesas participantes na Web Summit” e outro “para aferir as perceções de um conjunto de empresas multinacionais que recentemente materializaram investimentos em âmbitos tecnológicos no país”.

i) a Web Summit tem produzido um impacto macroeconómico muito relevante no país, especialmente na cidade de Lisboa, e que esse impacto tem vindo a crescer ano após ano em resultado do crescimento anual do número de participantes;

ii) as start-ups portuguesas participam na Web Summit fundamentalmente para fazer networking e para aumentar a sua visibilidade, e, em menor medida, para encontrar novos clientes e captar apoio financeiro;

iii) para além de fazer networking e aumentar a sua visibilidade, essas empresas indicam como principais benefícios da participação no evento validar a sua ideia de negócio e adquirir competências e capacidades em diversos domínios;

iv) para aumentar os potenciais benefícios da Web Summit nas start-ups portuguesas, nomeadamente em termos de acesso a fundos/parceiros, deve ser melhorado o processo de vinculação entre investidores/parceiros e start-ups no âmbito do evento;

v) em geral, as multinacionais que nos últimos anos investiram em âmbitos tecnológicos em Portugal têm uma perceção muito favorável da Web Summit e consideram que gera impactos muito positivos sobre a economia portuguesa a diferentes níveis;

vi) embora não exista uma relação direta entre os seus investimentos e o evento, este teve, em quase todos os casos, uma importância significativa, dado que sinaliza os recursos e capacidades do país e evidencia a aposta do governo por desenvolver sectores intensivos em inovação e tecnologia;

vii) estas empresas participam no evento fundamentalmente para fazer networking, mas também para conhecer as últimas novidades tecnológicas e monitorizar desenvolvimentos;

viii) as tecnológicas consideram Portugal um destino atrativo para os seus investimentos e tencionam reforçar a sua capacidade no país nos próximos anos;

viii) não obstante o país tenha boas condições para o acolhimento de investimento em centros, hubs e unidades de inovação e de desenvolvimento tecnológico, o governo deve trabalhar conjuntamente com os atores relevantes para reforçar o seu posicionamento neste mercado e adotar práticas inovadoras e uma atitude mais pró-ativa em matéria de captação de investimento tecnológico.

O estudo completo pode ser consultado a partir do site do GES (em PDF).

4 dias de agenda cheia

Já estamos no dia três do Web Summit, e de uma agenda cheia. No SAPO TEK, já tínhamos dado a conhecer 10 oradores que vale a pena ouvir no Web Summit 2021 e para ajudar a compor a sua agenda para o evento, destacamos ainda algumas das talks que deve apontar no calendário, e que poderá também consultar ao detalhe no website do Web Summit, ou na própria aplicação do evento.

Clique nas imagens para conhecer algumas talks que vale a pena acompanhar no Web Summit 2021

Dia 4 de novembro

A sustentabilidade e a luta contra as alterações climáticas também fazem parte das temáticas em debate no Web Summit 2021. Patrick Brown, CEO da Impossible Foods, sobe ao palco central para uma sessão acerca da forma como a redução do consumo de produtos animais e a escolha de uma alimentação à base de plantas pode ser uma das formas mais poderosas de pôr um travão nas alterações climáticas.

O “pai” da World Wide Web está de regresso ao Web Summit para uma sessão centrada no uso desregrado de dados. Acompanhado por John Bruce, CEO e cofundador da Inrupt, Tim Berners-Lee, também cofundador e CTO da empresa, deixará um apelo aos governantes um pouco por todo o mundo, focando-se na forma como será possível catalisar a próxima era da web.

Deixe também na caixa de comentários outras sugestões e acompanhe o trabalho do SAPO TEK no Web Summit através do dossier dedicado à conferência.

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