Mesmo nos seus últimos dias, o governo de Donald Trump mantem acesa a “guerra” aberta à tecnologia chinesa. O Departamento de Defesa dos Estados Unidos adicionou à “lista negra” de organizações com ligações ao exército chinês um novo conjunto de empresas, onde se inclui a Xiaomi.
O documento publicado pelo Departamento de Defesa, inclui ainda mais 8 entidades chinesas, como a Commercial Aircraft Corporation of China (COMAC), acusando-as de serem controladas pelo Exército de Libertação Popular, ou de terem algum tipo de afiliação com o mesmo.
De acordo com uma ordem executiva assinada por Donald Trump no ano passado, os investidores norte-americanos passam a estar impedidos de investirem nas empresas visadas a partir de 11 de novembro de 2021.
Em resposta à decisão do governo de Donald Trump, a Xiaomi defende que não é “controlada nem tem ligações ao exército chinês”, tendo “operado sempre em conformidade com as leis e regulamentações das jurisdições onde conduz os seus negócios”. A conhecida fabricante indica ainda que vai tomar medidas para proteger os seus interesses e dos seus investidores.
Para a Xiaomi, a entrada na “lista negra” do Departamento da Defesa teve um forte impacto negativo na sua cotação na bolsa de valores, com o valor das suas ações a apresentar uma descida na ordem dos 10%.
O impacto também se manifestou nas fortunas dos seus executivos e, de acordo com a Bloomberg, Lei Jun, CEO da Xiaomi, perdeu cerca de 3 mil milhões de dólares. Já Lin Bin, vice-presidente da fabricante, perdeu 1,5 mil milhões de dólares.
Embora o Departamento de Defesa tenha como obrigação compilar desde 1999 uma lista de empresas com ligações ao exército chinês, o Pentágono só o começou a fazer, de facto, desde junho de 2020.
Recorde-se que, no final de dezembro do ano passado, O governo norte-americano publicou uma nova “lista negra” de empresas chinesas e russas acusadas de terem ligações aos exércitos de ambos os países. A decisão, apresentada pelo Departamento do Comércio a 21 de dezembro, impede as organizações em questão que adquirirem bens e tecnologia dos Estados Unidos.
Ainda no mesmo mês, o Departamento do Comércio adicionou uma nova “remessa” de 78 organizações chinesas à sua “lista negra” de empresas impedidas de fazer negócios com empresas norte-americanas e de usar tecnologia produzida nos Estados Unidos e onde se inclui a conhecida fabricante de drones DJI.
Depois de várias ameaças, a Huawei foi incluída nessa lista em março de 2019, embora tenha beneficiado de várias períodos consecutivos de suspensão de sanções. A empresa tem vindo a ser fortemente afetada pelas sanções nos Estados Unidos nas suas várias áreas de negócio, desde o smartphones às telecomunicações.
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