Os minutos de conversação na rede fixa diminuíram 15,3% entre julho e setembro e por comparação com o mesmo trimestre do ano passado, segundo os dados da Anacom, que revelam um acelerar no ritmo de queda da utilização deste serviço. No terceiro trimestre de 2021, os portugueses também falaram menos ao telefone fixo, que nos mesmos três meses do ano anterior, mas o recuo foi de 11,5%.

A maior queda verifica-se nos minutos gerados em chamadas fixo-fixo (17,2%), no tráfego nacional para números curtos e números não geográficos (33,8%) e no tráfego internacional com origem em Portugal (19,5%).

São também, no entanto, as chamadas fixo-fixo que geram mais minutos de conversação, em média 32 minutos por mês, no trimestre em análise. As chamadas fixo-móvel duram em média 8 minutos e as chamadas internacionais 2 minutos. No total, entre todos os tipos de chamadas, as comunicações na rede fixa duraram, em média, menos 10 minutos do que há um ano, no mesmo período.

O regulador explica que, embora a utilização do telefone fixo venha a cair há vários anos, durante a pandemia esse efeito foi atenuado e terá agora voltado a acelerar. Pelas mesmas contas, as limitações da Covid-19, contribuíram para aumentar em quase 20% a utilização do telefone fixo entre julho e setembro de 2021, uma tendência que já se verificava nos meses anteriores.

Entre julho e setembro, o número de clientes do serviço telefónico fixo, em acesso direto, era de cerca de 4,4 milhões, mais 2,1% do que no mesmo trimestre do ano passado, por efeito do crescimento das ofertas em pacote que integram também serviços de telefonia fixa.

Já o parque total de acessos telefónicos principais atingiu os 5,4 milhões, mais 119 mil acessos do que no trimestre homólogo, um crescimento associado ao dos acessos suportados em redes de fibra ótica e TV por cabo.

Os acessos suportados em redes de nova geração (FTTH, redes de TV por cabo e redes móveis em local fixo), representaram 89,3% do total no período em análise, mais 3,1 pontos percentuais que na mesma altura de 2021. Os acessos analógicos já representam apenas 6,9% do total.

Os dados da Anacom também mostram que no terceiro trimestre de 2022 a taxa de penetração dos acessos telefónicos principais foi de 52,2 acessos por 100 habitantes e que a taxa de penetração dos acessos instalados a pedido de clientes residenciais ascendeu a 95,6 por 100 agregados domésticos privados. O número traduz um crescimento de 2 pontos percentuais face ao trimestre homólogo.

No final de setembro existiam 13,1 mil postos públicos instalados, menos 10% que no terceiro trimestre de 2021. O tráfego em minutos originado nestes postos públicos também diminuiu (13,8%).

Por operadores, a Meo lidera este segmento, com 41,8% dos clientes. A NOS detém uma quota de 34,4% e a Vodafone de 20,4%. Só a Vodafone conseguiu fazer crescer a presença no mercado de telefonia fixa no último ano, mas ainda assim de forma residual (0,7%).