Mais de 67 mil equipamentos únicos ligados, 20 Terabytes de dados descarregados e o equivalente a 30 anos de uso constante da internet para um utilizador “normal” são alguns dos números de utilização das redes de comunicações que a organização do Web Summit partilhou em 2016, referindo que foram realizadas durante os dias da conferência mais de 1 milhão de sessões Wi-Fi.
O balanço foi positivo, mas nem tudo começou bem. No primeiro dia do evento não faltaram referências a um “Wi-Fi Gate”, gerado pela dificuldade de Paddy Cosgrave em fazer um live durante a abertura do Web Summit. Comunicados, desmentidos e explicações depois, com problemas de configuração do telemóvel em roaming, não faltaram também os elogios à rede Wi-Fi e à estrutura montada pela Portugal Telecom/MEO, sobretudo quando comparada com os problemas de rede que a organização enfrentava na localização anterior, em Dublin.
Este ano a Altice/Portugal Telecom volta a ser o parceiro tecnológico do evento e o objetivo é garantir novamente a melhor experiência de comunicação de voz e dados. E há novidades na evolução do 4G, com o suporte ao 4,5 G, apesar de este ser ainda usado em poucos equipamento, sendo limitado a alguns modelos de topo de gama como os Samsung S8 e Huawei Mate 10.
Como já se provou noutras conferências do passado, o desafio de garantir comunicações sem falhas a uma tão grande concentração de geeks e empreendedores é grande. Para além da expectativa de crescimento do número de participantes que deve ultrapassar os 60 mil, cada um tem pelo menos dois dispositivos a ligar à rede, e um grande número de aplicações permanentemente ligadas.
E como se monta uma infraestrutura para esta carga de comunicações durante quase uma semana? Sandra Perdigão Neves, diretora de operações de negócio da Altice Portugal, explica que a experiência acumulada no ano passado traz mais segurança e que toda a rede está a ser montada para suportar as ligações com reforço da conetividade nos vários locais onde o Web Summit “ocupa” Lisboa e se estende a outras áreas, como a Ericeira para o Surf Summit. E ainda às zonas de passagem, como a rede do Metropolitano.
Em entrevista ao SAPO TEK a responsável das operações de negócio desvenda os bastidores do plano que a sua equipa está a montar e a afinar, com “três tipos de redes diferentes para suportar o Web Summit e tudo o que gira à volta do evento”, contabilizando a Altice Arena, a FIL e as zonas circundantes do Parque das Nações mas também mais de 50 eventos que e espalham pela cidade, entre jantares restritos e bares, onde os investidores e participantes se vão reunir para o habitual “networking”.
Para a montagem e operação da rede fixa, da rede wireless (Wi-Fi) e da rede móvel, com reforço de capacidade e cobertura de postos móveis (Cell on Wheels) a Altice envolveu centenas de colaboradores, entre gestores de projeto, equipas de engenharia e segurança de redes, equipas operacionais de instalação de antenas e cabos e ainda equipas comerciais, algumas das quais dedicadas 24x7 à supervisão e monitorização das redes wireless, wired e móvel.
A gestão operacional vai ser feita em duas “war rooms”, uma em Picoas e outra no Altice Arena, onde são acompanhadas ao minuto todas as ocorrências, estando ainda equipas de prevenção para intervir no local em caso de necessidade, recebendo informação de sistemas de alarme e supervisão para monitorizar as infraestruturas do evento.
Para que tudo funcione sem falhas o reforço de equipamentos tem números impressionantes. Só no Altice Arena foram instalados 200 access points Cisco, 30 switches, 4 acessos em fibra ótica com 10 Gbps e redundância Tipo C, capacidade para suportar 20 mil dispositivos na rede wireless e suporte a upload de vídeos em direto. Na FIL, onde se concentram os espaços de exposição e algumas das conferências paralelas, há 300 access points, 150 switches Cisco, 3.500 pontos de rede cablada em cabo UTP CAT6, 4 ligações em fibra ótica a 10 Gbps e capacidade para suportar 130 mil dispositivos na rede wireless, sendo possível controlar em tempo real a radiação e direcionamento das antenas wireless de acordo com as necessidades do evento.
Um Web Summit que se estende a toda a cidade
Para além das zonas centrais da conferência, no Altice Arena, a FIL e o Parque das Nações, a operação de reforço da cobertura da Altice vai estender-se ao Night Summit, Pub Summit e Surf Summit, com a cobertura dedicada para reforço e/ou ajuste da rede móvel Meo às Ruas no Bairro Alto e utilização de células de rede móvel dimensionadas para os participantes do evento, suportando até 1.400 chamadas de voz em simultâneo e 9.000 sessões de dados móveis em simultâneo. E nem falta o reforço da cobertura do Metropolitano de Lisboa, que é o meio preferencial de deslocação para muitos dos participantes.
“A Altice, como parceira tecnológica do Web Summit, está comprometida com este projeto e quer acompanhar a imagem de liderança de Portugal nesta área até ao limite da nossa capacidade”, refere.
O suporte da rede móvel com 4,5G no Altice Arena e na FIL é também garantido durante os dias do Web Summit. A tecnologia tinha sido demonstrada pela Portugal Telecom, agora Altice, e a Huawei na edição de 2016, com velocidades de 1,7 Gbps, e fica agora disponível para quem tiver equipamentos com suporte a LTE Categoria 16.
Para além da Altice/Portugal Telecom, a NOS e a Vodafone Portugal também já confirmaram que vão reforçar a sua cobertura de rede para o Web Summit e a Vodafone tinha adiantado no início do mês que ia ter a tecnologia de 4,5G a funcionar no Altice Arena nestes dias.
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