Ao longo da última década Nuno Ferreira tem vindo a aperfeiçoar um simulador de condução virtual e com o Quantic está perto de atingir aquilo que sempre quis: garantir uma experiência de condução quase real. Para atingir este fim não se poupou a esforços pois além de ter construído uma estrutura dinâmica, está também a trabalhar com realidade virtual.

Para chegar onde está atualmente valeu-lhe o gosto pela mecânica, o interesse pelo desporto automóvel e o facto de ser técnico de informática. “Já que não podia fazer desporto automóvel na realidade, decidi fazê-lo virtualmente”, disse o empreendedor em conversa com o TeK.

Mas afinal o que tem de diferente o simulador Quantic Simology? Tem três eixos de movimento que transmitem toda a intensidade da condução real. Foi ainda desenhado por forma a ser compatível com vários periféricos de condução estáticos - os volantes e os pedais -, o que permite endereçar diferentes exigências.

"Arganil-Capital do Rally" Simulador Simology

Publicado por Município de Arganil em Domingo, 17 de janeiro de 2016


Se a encomenda for feita por um entusiasta dos simuladores, então talvez a versão de base que custa sete mil euros seja suficiente. Se for um piloto profissional, o mais provável é querer o simulador acompanhado com os melhores periféricos do mercado, o que fará aumentar o preço.

Apesar de ainda não ter concretizado qualquer venda, Nuno Ferreira garante que os contactos têm sido abundantes, estando asseguradas cinco encomendas. Já recebeu inclusive o interesse do antigo campeão do mundo de GT Robert Huff.

Para diminuir a curva de desenvolvimento o empreendedor tem contado com o apoio de vários pilotos portugueses profissionais. Mais recentemente foi Miguel Faísca quem deu uma ajuda a Nuno Ferreira no aprimoramento do simulador de condução. Mas já contou com outros nomes conhecidos como Filipe Albuquerque e Henrique Chaves. Outro piloto profissional, José Pedro Fontes, também já mostrou interesse em colaborar.

Além do interesse de pilotos, já foi abordado “por empresas ligadas ao segmento do hardware e por outras mais focadas na virtualização de ambientes”, sendo que uma das quais tem como parceiro de negócio a gigante francesa Renault.

“Tem potencial na parte lúdica e, como eu gostaria, há muito interesse para a parte real”, explicou Nuno Ferreira. Pois se serve para transformar a experiência de um jogo de corridas e ajuda a treinar pilotos, também pode facilmente ser usado numa escola de condução por exemplo. “Pode ser um simulador de avião ou de montanhas russas”, acrescentou.


Até aqui o projeto tem sido desenvolvido em part-time, mas “agora com este impulso queria ver se fazia a tempo inteiro”, adiantou o maker.

Realidade virtual para a experiência definitiva
O simulador pode ser jogado com recurso a diferentes tecnologias: projeção em tela, três ecrãs sincronizados ou através de óculos de realidade virtual.

Nuno Ferreira tem trabalhado com o segundo kit de desenvolvimento dos Oculus Rift para poder dar aos seus utilizadores a experiência mais imersiva. Todo o trabalho de adaptação e sincronização entre conteúdos e máquinas tem sido feita pelo próprio Nuno Ferreira.

“É preciso fazer uma coordenação entre imagem, som e movimento”, explicou. “Na generalidade as pessoas ficam estarrecidas”

O Quantic Simology vai estar em abril na expoMecânica em abril, que vai decorrer na Exponor. Para setembro está também confirmada a presença na SimRacing Expo, em Nürburgring, na Alemanha.

Rui da Rocha Ferreira