As elevadas capacidades de James Webb não estão em causa, mas uma ajuda extra é sempre bem-vinda e é isso que vai acontecer: o telescópio espacial vai ter um “assistente” para ajudá-lo a ver ainda melhor o universo, mais precisamente na faixa ultravioleta.

Monitoring Activity from Nearby sTars with uv Imaging and Spectroscopy é a denominação completa desta missão adicional cuja abreviatura MANTIS foi inspirada num crustáceo marinho e dá o nome ao futuro companheiro do supertelescópio: um satélite de pequena dimensão, mas poderoso.

Apesar do camarão mantis ser detentor do "soco" mais potente do reino animal - daí ser conhecido popularmente como lagosta boxeadora -, a inspiração para dar o nome a MANTIS não veio da capacidade de luta, mas sim da sua visão. Isto porque os olhos do crustáceo captam do ultravioleta profundo (300 nm) até o vermelho extremo (720 nm), além de luz polarizada.

O satélite foi pensado desde o início como uma ferramenta para ajudar o James WEBB a ver em ultravioleta, além da faixa em infravermelho.

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De acordo com a equipa, o MANTIS será capaz de cobrir todo o espectro, incluindo a faixa de EUV, ultravioleta extremo ou de alta energia, radiação usada principalmente na litografia de semicondutores.

O futuro companheiro do James Webb consegue captar a radiação emitida por estrelas distantes, ajudando o James Webb a identificar a composição atmosférica de exoplanetas. De acordo com a equipa de desenvolvimento do projeto, ao detetar as nocivas emissões em EUV, MANTIS pode determinar se um mundo é habitável ou não.

O MANTIS vai agora começar a ser construído, com data de lançamento prevista para 2026, para passar um ano, pelo menos, a recolher dados ao lado do James Webb.