“Humanos e robots podem trabalhar em conjunto para resolver muitos problemas das sociedades atuais”, diz Satya Nadella, numa altura em que a empresa “confessa” estar a trabalhar na área da robótica e da inteligência artificial (IA), e “com avanços significativos”.

Mas, num artigo publicado recentemente no site da Slate Magazine, o atual CEO da Microsoft foi ainda mais longe ao falar destes avanços científicos e enumerou uma lista de seis “princípios e objetivos” que devem ser tidos em conta para manter a sociedade “segura”.

E estas “novas leis” da robótica, aos olhos da Microsoft, dizem que a IA deve:

- Ter como propósito máximo auxiliar a humanidade. Robots e pessoas devem trabalhar lado a lado (principalemente em atividades que coloquem vidas humanas em perigo), mas sempre respeitando a autonomia destas;

- Ser “transparente”, com máquinas “inteligíveis e não inteligentes”, pois as pessoas devem entender claramente a forma como a tecnologia “vê e analisa o mundo”.

- Elevar a eficiência sem prejudicar a dignidade humana, não sendo a indústria apenas a ditar as “regras” no campo destas tecnologias;

- Ser pensada numa ótica de privacidade inteligente, assente num sistema que proteja informações privilegiadas das pessoas face à ação da robótica;

- Basear-se em responsabilidades algorítmicas, para que seja possível aos responsáveis humanos recuperarem eventuais males causados pela tecnologia inteligente;

- Ser anti-discriminação (ao contrário do que acontece com os humanos), com base em “pesquisas representativas e adequadas”.

Nadella está preocupado com a forma como as diversas fabricantes estão a desenvolver IA e a produzir robots, e com o impacto que isso pode causar na sociedade e na vida das pessoas. E os princípios que enumera são diferentes das Três Leis da Robótica que Isaac Asimov ditou em 1942, cuja preocupação principal andava em torno do receio de que a inteligência artificial ameaçasse o seu criador Homem, um pouco como vemos nos filmes de ficção científica.

“O que acontecerá quando um robot ocupar o nosso trabalho?”, pergunta o responsável da Microsoft, numa alusão clara àquilo que os avanços no campo da robótica industrial podem mudar a curto prazo. “É preciso maximizar a eficiência nos processos de produção, mas sem destruir a dignidade das pessoas envolvidas”, pede Nadella, lembrando ainda que "é urgente pensar bem o futuro”.

Também a Google já manifestou urgência em criar mecanismos de segurança que nos protejam perante robots revoltados, numa altura em que são muitas as empresas e outras entidades a desenvolverem estudos e projetos nas áreas da robótica e IA. A Microsoft é apenas uma delas.