A China tem planos para aumentar a capacidade de computação disponível no país em mais de 50% até 2025, de acordo com documentos divulgados pelo Governo de Pequim esta segunda-feira e citados pela Reuters.

Segundo estes documentos, publicados por seis departamentos governamentais, a China quer atingir em 2025 um poder de computação de 300 Exaflops. Um Flop é uma unidade de medida de desempenho na computação. Um EFlop traduz uma capacidade de cálculo de 1018, o equivalente a um quadrilião de operações de ponto flutuante por segundo.

O plano refere que o país pretende alcançar o objetivo agora dado a conhecer construindo mais data centers, que facilitem o acesso das empresas a estas infraestruturas por todo o país. Está igualmente planeado um reforço das infraestruturas de computação na China Ocidental.

A China planeia ainda melhorar a eficiência e velocidade da sua rede de computação, de forma a que a latência na transmissão de dados entre pontos críticos desta rede de computação não exceda os 5 milissegundos.

O treino de modelos de inteligência artificial acelerou dramaticamente as necessidades de poder de computação. A China tem desafios acrescidos para responder a esta necessidade e a outros desafios na área da supercomputação, por causa dos bloqueios à exportação de tecnologias avançadas, nomeadamente na área dos processadores ou da IA.

O objetivo do bloqueio americano é evitar que o país ganhe capacidade para desenvolver tecnologias avançadas, que possam ser usadas para fins militares e uma ameaça à segurança dos Estados Unidos, mas toda a indústria chinesa e empresas acabam por ser afetadas pelas medidas.

Ainda assim, muitos têm dúvidas da eficácia real destes bloqueios e se serão de facto suficientes para travar a capacidade de inovação no país em algumas áreas, embora os EUA, para já, estejam convencidos que sim.

Entretanto, em agosto, os números do Ministério da Indústria e Tecnologias de Informação chinês indicavam que o país tinha alcançado uma capacidade de computação de 197 Eflops, uma evolução já grande face à capacidade registada no final do ano passado, segundo a mesma fonte (180 Eflops).

Na altura, o organismo, que agora também divulgou as novas metas, explicava que o poder de computação da China era o segundo mais elevado no mundo, só ultrapassado pelo dos Estados Unidos.