A informação foi confirmada em comunicado pela JP-IK, a antiga JP Sá Couto, mas ao que o TeK apurou não houve qualquer valor financeiro envolvido no negócio que dá à empresa o direito de uso exclusivo do software.

Na prática, a empresa que criou os computadores Magalhães que se popularizaram em Portugal com o programa e-Escolinha e que depois "navegaram" para dezenas de países do Mundo em programas educativos, vai usar o software que a Intel tem desenvolvido para alunos e professores de forma exclusiva.

O pacote de software muda de nome para Inspiring Knowledge Education Software e passa a ser pré-instalado em todos os computadores da JP-IK, que estão a ser usados em mais de 80 países. 

Depois de se ter notabilizado com os Magalhães, a JP-IK apostou na linha educativa MyMaga que foi recentemente atualizada com novos modelos.

A parceria entre a tecnológica portuguesa e a Intel já é de longa data e as empresas trabalharam de forma próxima no desenvolvimento do programa educativo da Intel, que tinha várias componentes que se estendiam do design de referência Intel Classmate (no qual se baseavam os computadores educativos da JP mas também os de outras marcas), o desenvolvimento de software para a educação e também programas de apoio aos professores.

Os direitos de utilização do pacote de software da Intel foram agora cedidos em exclusivo à JP-IK que já era o maior cliente da Intel nesta área. Entre as aplicações contam-se ferramentas de gestão das aulas usando os computadores mas aplicações para os alunos, como a possibilidade de criar gráficos e visualização de dados, ou de permitir aos alunos usarem a câmara dos portáteis em experiências científicas.

Há ainda ferramentas de gestão para as escolas, como um antivirus e uma aplicação que permite às escolas bloquearem computadores e tablets perdidos ou roubados. De acordo com a informação à imprensa, o pacote inclui o ik CLASSROOM MANAGEMENT; LabCamera; Media Camera; McAfee AntiVirus; SPARKvue e o Intel Education Theft Deterrent.

Segundo o presidente da JP-IK, Jorge Sá Couto, a Intel criou o ecossistema mas não tinha interesse em continuar o desenvolvimento das aplicações. Por isso a tecnológica portuguesa fica com os contratos com as empresas que desenvolvem as várias soluções que integram o pacote e pode continuar a desenvolvê-lo com novas funcionalidades.

A JP-IK tem uma aposta significativa na área da educação e desde 2008 que tem um foco maioritariamente internacional, acumulando operações em mais de 80 países. Em entrevista ao TeK, em fevereiro deste ano, Jorge Sá Couto explicava a estratégia da empresa e a forma como tem vindo a conquistar projetos por todo o Mundo, assentes maioritariamente na ligação a estratégias educativas dos Governos.

A América Latina tem sido uma das regiões onde a JP-IK tem conseguido maior desenvolvimento, as a empresa ganhou ainda recentemente um projeto no Quénia.

Nota da Redação: a notícia foi atualizada com mais informação