A nova metodologia de análise vai permitir que o Mars Rover da NASA possa identificar sedimentos praticamente inalterados na superfície marciana. Com a recolha destas amostras, os cientistas do Massachusetts Institute of Technology (MIT) estão confiantes de que vão conseguir dar resposta a uma das perguntas que mais tem atormentado a comunidade científica nas últimas décadas: existiu ou não vida em Marte?

O MIT diz que esta nova forma de anáise de sedimentos não é invasiva, é mais eficaz e vai permitir identificar materiais rochosos que não foram alvo de erosão intensa e prolongada. Quanto menos alteradas estiverem as amostras, mais fidedigna é a imagem conseguida das condições ancestrais do planeta e maior é a probabilidade de descobrir indícios de vida microbiológica – a existir.

Segundo as informações divulgadas pela instituição, esta nova técnica é uma forma inovadora de analisar os resultados obtidos pela espectroscopia de Raman, um método não invasivo utilizado por geólogos para estudar a composição química de rochas antigas.

A ferramenta SHERLOC (Scanning Habitable Environments with Raman and Luminescence for Organics and Chemicals) vai fazer parte do arsenal tecnológico do todo-o-terreno marciano e vai permitir ao veículo robótico recolher amostras sedimentares e rochosas na superfície do planeta, ou imediatamente abaixo da superfície, que não apresentem sinais significativos de transformações geológicas. O MIT diz que a tecnologia SHERLOC será a pedra angular da investigação de indícios de vida em Marte.

Roger Summons, professor no MIT, afirma que os resultados fornecidos pelas atuais técnicas de espetroscopia de Raman são um pouco “confusos”. Por seu lado, Nicola Ferraris, uma das investigadoras da instituição, descobriu uma nova forma de “olhar” para os resultados obtidos, e permite que cientistas possam reinterpretar os resultados da espetroscopia de Raman e chegar a conclusões novas e mais precisas, que podem mesmo levar à descoberta de vestígios de vida ancestral em Marte.