Com o nome de código “Fancy Bear”, este hacker - ou grupo de hackers - foi apontado pela empresa de cibersegurança como o agente responsável pelo ataque ao sistema informático da Comissão Nacional Democrática (DNC) norte-americana, que resultou na divulgação de emails privados de membros de topo da campanha presidencial de Hillary Clinton.

Num relatório publicado esta semana, a CrowdStrike aponta que o malware utilizado nestes ataques, conhecido como “X-Agent”, tem sido usado em várias operações conduzidas pelas forças de inteligência militar da Rússia.

Convencidos de que o software malicioso é apenas utilizado por este ator cibercriminoso, os especialistas de segurança informática acreditam que o “Fancy Bear” está ao serviço de Moscovo.

Além disso, a CrowdStrike avança que foram descobertas variantes do “X-Agent” em dispositivos Android cujo objetivo seria localizar e monitorizar os movimentos da artilharia das forças militares ucranianas.

Segundo consta, o malware foi também usado – alegadamente pelas secretas russas – para intercetar as comunicações feitas por militares da Ucrânia através de dispositivos com o sistema operativo da Google.

Esta operação terá decorrido entre 2014 e 2016, afirma a CrowdStrike.

Escreve o The Guardian que estas revelações adensam as suspeitas de que o Kremlin está a investir em operações de incursão informática e empenhado em sabotar os esforços militares daqueles que considera serem ameaças à segurança da Rússia e aos seus interesses.

A Rússia tem sido várias vezes apontada como responsável por incontáveis ciberataques, nomeadamente pela Casa Branca.

O governo norte-americano já acusou pública e formalmente Moscovo de atacar os sistemas informáticos dos Estados Unidos, ao que o Presidente russo Vladimir Putin e outros oficiais já responderam, declarando que as acusações de Washington não têm qualquer base factual e que são "indecentes".