(Atualizada) A Portugal Telecom estreia hoje um novo sistema de pagamentos por telemóvel, o TMN Wallet, que substitui o dinheiro dentro de vários edifícios da empresa. O serviço está ainda limitado a um piloto alargado que recorre à tecnologia NFC, mas combina o sistema de pagamento de proximidade com outros sistemas como o SMS, USSD e QRCodes para garantir a universalidade de utilização com qualquer telemóvel.

O teste tem uma duração prevista de três meses e está a ser realizado pelos colaboradores dos edifícios da PT na Avenida Fontes Pereira de Melo e na Avenida Álvaro Pais em Lisboa, da PT Inovação em Aveiro, ou outros funcionários que se desloquem a um destes edifícios, que podem pagar o café e outros produtos alimentares sem recorrer a dinheiro.

Até final do ano a empresa pretende lançar o serviço publicamente, explicou ao TeK Tiago Silva Lopes, Data & Content Director na TMN. "Queremos obter mais informação sobre a experiência dos clientes e há ainda algumas questões a trabalhar antes do lançamento comercial", afirma.

A TMN está ainda a conversar com alguns stakeholders que são importantes para o lançamento comercial do serviço, nomeadamente entidades financeiras, que podem ser bancos, a SIBS ou um aquirer internacional. "Estamos à procura do melhor modelo para cos clientes e os comerciantes", sublinha Tiago Silva Lopes.

No TMN Wallet o telemóvel é a moeda de troca do sistema que exige um registo no site do serviço, criando uma carteira virtual que pode ser carregada com a utilização do cartão de crédito, Paypal, Multibanco ou MB Phone. O saldo é sempre independente do saldo de comunicações do telemóvel, diferenciando os “orçamentos” e pode ser carregado a qualquer momento.

[caption]tmn wallet[/caption]

O serviço pode usar a tecnologia NFC (Near Field Communications) ou recorrer aos SMS ou QRcodes para autenticar a transacção, o que o torna mais acessível para quem ainda não tem telemóveis com a tecnologia de comunicação de dados por contacto.

Para já a PT está a experimentar o serviço com equipamentos Huawey que têm um custo a rondar os 100 euros e Tiago Silva Lopes lembra que dentro de pouco tempo a tecnologia NFC vai ser mais comum nos smartphones, fazendo parte das carcaterísticas de base, como acontece atualmente com o Bluetooth.

O projeto foi desenvolvido pela TMN, o SAPO e a PT Inovação e conta com a participação das empresas que comercializam produtos alimentares nos edifícios da PT, entre os quais a Torrine, Simple Fruit, ICA e Solnave. A Huawei e a Incard são também envolvidas nas componentes de equipamentos relacionados com a tecnologia NFC.

Recorde-se que a tecnologia NFC permite comunicação de informação de forma segura por proximidade entre o telemóvel e um dispositivo de leitura da informação e está a ser testada em vários sistemas como meio de pagamento, mas que ainda não está disponível num número alargado de terminais. Esta é uma das razões pelas quais a PT optou por combinar o NFC com a utilização de mensagens curtas, SMS ou USSD que permite maior número de caracteres, e ainda os códigos bidimensionais (QRCodes).

[caption]tmn wallet[/caption]

A plataforma desenvolvida suporta sistemas de segurança e confidencialidade dos pagamentos, cujos dados são cifrados, sendo todas as transações protegidas por um código PIN pessoal.

A PT destaca ainda as vantagens existentes nestes sistemas de pagamento a nível da utilidade e rapidez, mas também a possibilidade de controle de custos através da consulta de históricos de consumo e saldos no website e no telemóvel. As vantagens existem também para os comerciantes que têm de gerir menos moedas e notas e podem potenciar novas vendas, acedendo a informação de backoffice através da Internet.

Esta não é a primeira vez que a PT recorre a utilizadores internos para fazer pilotos alargados de serviços e testar a necessidade efetiva e apetência dos consumidores pelas funcionalidades que se prepara para disponibilizar ao mercado. Ainda recentemente este tipo de experiências aconteceu com o Meo, e o Meogo, dando aos colaboradores a possibilidade de serem os primeiros a usar os serviços, enquanto tecnicamente acaba por ter acesso a um grupo de vários milhares de “beta testers” que dão uma boa representatividade do mercado.

Escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico

Fátima Caçador

Nota da Redação: A notícia foi atualizada com mais informação e imagens.