Os números de crescimento das receitas do mercado de Enterprise Business, e de clientes, mostram que a Huawei começa a ganhar espaço num mercado muito concorrido e onde tem um investimento relativamente recente, mas já com um portfólio extenso e variado.

O mesmo caminho que a empresa chinesa está a fazer na área de consumo, e fez já antes no mercado de operadores de telecomunicações, é replicado na área de Tecnologias de Informação para empresas, onde se está a tornar uma marca reconhecida, desafiando grandes empresas estabelecidas como a Cisco, IBM, EMC ou Oracle com uma lógica de soluções abertas, interoperáveis e integradas.

Com oferta na área de servidores, storage, cloud computing e datacenter, a Huawei tem apostado em parcerias com várias empresas, contando com mais de 500 parceiros em diferentes áreas, incluindo a SAP e a Intel, com as quais tem construído soluções que estão implementadas em mais de 150 países e usadas por milhares de clientes.

As receitas cresceram globalmente 29% em 2015, ultrapassando os 60 mil milhões de dólares, mas na Europa o volume não ultrapassa os 7,7 mil milhões, e Zheng Ye Lai, presidente da área de TI a nível global, confessa não estar satisfeito com este resultado. “Queremos trazer valor aos clientes europeus e aumentar a nossa quota de mercado na região, e para isso vamos continua a apostar na qualidade do serviço”, afirmou na conferência de imprensa realizada no âmbito da HCC2016, que decorre em Praga.

A oportunidade estará no momento de transformação que as empresas estão a atravessar, com uma adoção crescente da Cloud que vai obrigar a mudança nas infraestruturas de TI num futuro próximo. “Acreditamos fortemente nas oportunidades que existem porque quando há mudança de cenário há possibilidades de crescimento”, afirma o presidente do negocio de TI da Huawei.

Embora trace objetivos elevados, mesmo sem revelar números, Zheng Ye Lai admite que a estratégia de crescimento tem de ser gradual, passo a passo, sustentada na qualidade técnica e na Investigação de Desenvolvimento da empresa, até porque alguns clientes ainda não reconhecem a Huawei como um player neste mercado, e é preciso continuar a ganhar a sua confiança.

O cenário é semelhante ao que se regista em Portugal, onde a área de Enterprise Business tem vindo a ganhar escala e clientes. A empresa levou à HCC uma comitiva de 40 pessoas, sobretudo clientes finais das soluções de TI, e o número de projetos e implementações tem vindo a crescer, sobretudo no último ano.

Um dos clientes portugueses, a Whitestar, tem sido mesmo usado como referência a nível mundial pela inovação e qualidade da implementação sobre soluções da Huawei, e durante a conferência o exemplo da empresa será apresentado a toda a audiência.

Soluções integradas para crescer num mercado competitivo

A Huawei aproveitou a conferência HCC2016 onde reuniu mais de 800 clientes e parceiros para mostrar as mais recentes novidades a nível de produtos e soluções de TI, na área de computação de alto desempenho, storage, cloud e software.

Krzysztof Celmer, Senior IT Solutions Sales Expert da Huawei, explica que há três palavras mágicas na estratégia da Huawei: abertas, híbridas e integradas. É esta a proposta de valor que a empresa oferece aos clientes para suportar a transformação de serviços na cloud tendo em conta os desafios da Internet das Coisas, do Big Data e Microservices, e por isso pôs muito ênfase no trabalho que a empresa tem feito com a comunidade Open Stack e com Docker, onde o contributo tem sido reconhecido.

O lançamento de uma nova versão do FusionSphere, a solução da Huawei para a Cloud, é um dos destaques das apresentações de hoje, mas na área de exposição ocupam espaço relevante soluções como o OceanStor para a área de critical computing, as soluções de mission critical, o storage do Fusion Cube e a computação de alta densidade com o Fusion Server.

Grande parte do hardware é já desenvolvido pela Huawei e esta é uma das mais-valias da empresa para garantir a apresentação de produtos competitivos. Na área de servidores a Huawei está já em quarto lugar global, no ranking da Gartner, e a empresa já implementou mais de 1,4 milhões de VM em mais de 2.500 clientes, mantendo mais de 660 datacenters em todo o mundo.

O investimento em I&D é também apontado por Lu Yong, presidente da Huawei para a região europeia, como um dos elementos de sucesso. A empresa tem mais de 10 mil especialistas técnicos em centros de competências na Europa, EUA, Canadá e Rússia e em 2015 investiu mais de 9 mil milhões de dólares na área de investigação e desenvolvimento, o que corresponde a mais de 10% do total de receitas. 

 

Fátima Caçador

(A jornalista viajou para a conferência a convite da Huawei)