As vendas de tablets continuam a encolher, na comparação com os valores alcançados no ano passado. Entre julho e setembro, as marcas enviaram para as lojas 33,2 milhões de unidades, menos 14,2% que em igual período do ano passado. Já na comparação com o trimestre anterior, o número de tablets expedidos aumentou 18%, uma evolução que a IDC, que apurou os números, explica apenas pelo efeito normal de sazonalidade, mais do que por qualquer alteração significativa na tendência da procura. Para os próximos meses não são esperadas alterações significativas.

"Os primeiros três trimestres de 2023 registaram algumas das maiores contrações no mercado de tablets e não se espera que a próxima época festiva seja muito diferente. Sem melhorias dramáticas nas condições macroeconômicas, espera-se que os atrasos nos projetos e nas compras se arrastem ainda mais para 2024", defende Anuroopa Nataraj, analista sénior da IDC's Mobility and Consumer Device Trackers da IDC.

"A atualização no segmento da educação e o crescimento dos casos de utilização em todas os verticais podem ajudar o mercado dos tablets a manter-se à tona a longo prazo, mas num futuro próximo não esperamos nenhum aumento significativo nas vendas de tablets", acrescenta o responsável.

Por fabricantes, a Apple liderou o segmento no período em análise, com 12,5 milhões de unidades vendidas, que ainda assim representam uma queda de 15,1%, face aos números alcançados em igual período do ano passado. O terceiro trimestre costuma ser altura de renovação do portfólio de tablets da Apple, A marca aproveita normalmente este período para lançar novidades, que acabam por influenciar positivamente as vendas durante o resto do ano, mas em 2023 não o fez.

A Samsung vendeu 6 milhões de unidades, menos 17% que no ano passado e a Lenovo fecha o top 3 com 2,6 milhões de unidades vendidas, menos 4,2% que há um ano. Segue-se a Huawei, com 2,3 milhões de unidades enviadas para as lojas, num ranking que ainda tem a Amazon na lista.

No universo dos Chromebooks, a tendência também continuou a ser de queda: foram enviadas para as lojas 3,5 milhões de unidades, menos 20,8% que há um ano, mas a expectativa de alterações na procura é maior, dada a potencial aproximação do ciclo de renovação de equipamentos na educação e o orçamento baixo dos governos para estas aquisições, que pode beneficiar o formato. Para já, Acer, HP e Dell sãos as marcas que mais vendem tablets Chromebook.

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Como refere a IDC, os tablets continuam num “meio-termo difícil entre os PCs e os smartphones”, uma posição que continua a pressionar o mercado. Quem consegue melhores resultados de vendas, entre os fabricantes , “percebeu que o tablet funciona melhor emparelhado com um PC ou smartphone”, como refere Jitesh Ubrani, diretor de pesquisa da IDC Mobility and Consumer Device Tracker. A consultora defende, por isso, que outros fabricantes sigam este exemplo e comecem a procurar entregar essa experiência aos utilizadores. Este é, no entanto, um caminho que leva tempo a percorrer.