O cibercrime terá gerado prejuízos de 12,5 mil milhões de dólares a empresas e consumidores no ano passado nos Estados Unidos, de acordo com dados apurados pelo FBI no seu relatório anual. O valor traduz um crescimento de 22% face ao ano anterior e a agência americana ainda deixa a nota de que a estimativa pode pecar por defeito e estar abaixo do valor real das perdas.

Muitos ataques continuam a não ser reportados e o próprio FBI ilustra isso com um exemplo no relatório. Quando recentemente a agência ajudou a desmantelar a operação de um dos principais grupos dedicados a esquemas de ransomware, o Hive, verificou que só 20% das vítimas tinham comunicado os ataques de que foram alvo às autoridades.

As fraudes relacionadas com investimento voltaram a liderar entre os crimes na internet no ano passado, somando 38% dos casos conhecidos e motivando perdas de 4,57 mil milhões de dólares. Estes esquemas têm em comum a promessa de elevados retornos para os investimentos realizados, ganhos que não chegam a concretizar-se.

Na maior parte dos casos conhecidos estas fraudes envolveram investimentos com criptomoedas. Este tipo de casos aumentaram 53% e as perdas relacionadas somaram 3,9 mil milhões de dólares.

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O segundo tipo de esquema online que mais rendeu aos burlões e que mais prejuízos gerou às vítimas foram os ataques direcionados a contas de email empresariais. Representaram perdas de 2,9 mil milhões. Nestes casos, os atacantes assumem o controlo de contas de email profissionais e usam-nas para enganar terceiros, com o objetivo de conseguir dinheiro ou informação relevante.

Os prejuízos com esquemas que levam os utilizadores a acreditar que têm malware no PC ou uma licença de antivírus expirada aumentaram 15% para 1.000 milhões de dólares e os casos de ransomware cresceram 74%, para 59,6 milhões de dólares. A saúde e a indústria continuam a ser os alvos preferidos dos atacantes nestes esquemas.

Os mesmos dados do FBI mostram que o número de queixas de burlas online também aumentou em 2023. Cresceu 10% para 880 mil, revela o Internet Crime Report relativo ao ano passado.