Portugal ocupa a 14ª posição (46,1%) no top 15 dos países com maior percentagem de computadores industriais atacados, numa tabela liderada pelo Vietname ( 71%).

O relatório “Cenário de Ameaças nos Sistemas de Automação Industrial no 1º Semestre de 2017”, elaborado pela Kaspersky Lab, revelou que a maior fonte dos ataques informáticos é a internet, tendo sido bloqueadas cerca de 20% de tentativas de download de malware ou acesso a páginas online com conteúdos maliciosos ou de phishing.

As indústrias mais afetadas são as empresas de produção de materiais, equipamentos e bens, engenharia, educação e alimentar. As empresas ligadas ao sector energético representam quase 5% das vítimas de todos os ataques.

As estatísticas elevadas deste tipo de infeção são explicadas pelo acesso sem restrições e ligações das redes industriais à internet, o que ameaça toda a infraestrutura da empresa.

Foram detetadas cerca de 18 mil diferentes modificações de malware em sistemas de automação industrial, pertencentes a mais de 2.500 famílias diferentes e cerca de 0,5% dos computadores da infraestrutura industrial das organizações foi atacada por ransomware encriptado pelo menos uma vez.

Trojans de encriptação como o WannaCry e o ExPetr foram os que tiveram mais destaque, com a maioria a ser distribuída através de spam, camuflados como parte das comunicações da empresa, tanto com anexos maliciosos como com links para download de malware.

“O facto dos computadores em empresas de produção representarem cerca de um terço de todos os ataques cria uma grande preocupação de segurança, significando elevados riscos de ocorrência de ciberataques que podem criar danos severos nos sistemas industriais de automação das empresas e originar consequências sérias para as mesmas como um todo”, diz Evgeny Goncharov, diretor do Departamento de Defesa de Infraestruturas Críticas da Kaspersky Lab.

Goncharov deixa ainda um aviso: “Se tivermos em consideração que, nos primeiros seis meses do ano observámos a distribuição ativa de malware de encriptação, e acreditamos que vai continuar, a probabilidade de um ataque destrutivo é ainda maior”.