A quinta edição do Digital News Report do Reuters Institute for the Study of Journalism, da  Universidade de Oxford, conclui que as redes sociais estão, não só a dominar a cena jornalística digital, como a criar grandes entraves à sua afirmação e continuidade. 

De acordo com o documento, que tem por base análises a 26 países (um dos quais Portugal), 51% dos internautas dizem utilizar as redes sociais como fonte de notícias semanal e 12% têm estes sites como fonte principal de notícias. Em Portugal, este número chega a atingir os 66%.

Neste universo de sites sociais, o Facebook destaca-se com 44% dos inquiridos a identificarem a rede social como o site mais utilizado na hora de ler notícias. Youtube (19%) e Twitter (10%) ocupam o segundo e terceiro lugar. 

Este público é maioritariamente composto por jovens entre os 18 e os 24 anos. Um quarto dos entrevistados pertencentes a esta faixa etária, admitiram utilizar sites que não os jornalísticos para aceder a notícias. Estes resultados, diz o documento, resultam num reconhecimento cada vez menor das marcas jornalísticas. 

Ainda nesta linha, o relatório conclui que a maioria dos participantes neste estudo preferem que a seleção de artigos seja feita por algoritmos (36%) em vez de editores e jornalistas (30%). 

No que aos dispositivos diz respeito, os smartphones dão continuidade à tendência de crescimento na altura de consultar informação noticiosa enquanto os tablets e os computadores caem.

Apesar das vendas dos jornais continuarem a descer, o relatório nota que há, no entanto, um aumento no número de pessoas dispostas a pagar por conteúdos noticiosos online. Em Portugal, este número cresceu de 7% para 9% no último ano. 

Outro dos fenómenos que tem atingido negativamente os jornais é o uso crescente de adblockers. O estudo mostra que a utilização deste tipo de software é mais comum entre utilizadores com menos de 35 anos. Em Portugal, 26% dos inquiridos utiliza bloqueadores de anúncios. 

Dos resultados aferidos neste estudo há também dados curiosos a destacar, como por exemplo o nível de confiança que cada país inquirido deposita sobre os seus media. Dos países envolvidos na análise, a Finlândia é a que regista melhor resultado; 65% dos finlandeses têm confiança nas notícias que circulam no país. Na Grécia, país que ocupa o fundo da tabela, a confiança foi registada em apenas 20% dos inquiridos. 

Se desejar, pode consultar o estudo, na íntegra, aqui