Um grupo de "influentes" deputados ingleses quer que a Google introduza um algoritmo no seu motor de busca que impeça o serviço de apresentar nos resultados das pesquisas links para conteúdos que violem a privacidade de utilizadores.

A proposta segue-se a um relatório elaborado por um grupo que reuniu representantes de vários partidos para avaliar a situação, depois de terem sido apresentadas uma série de queixas relacionadas com a dificuldade em tornar efetivas medidas para garantir a privacidade dos utilizadores.

A Google aparece como uma das principais visadas pelos "recados", depois de algumas celebridades que já tinham provado em tribunal que a sua privacidade tinha sido devassada, continuarem sem conseguir impedir que os links para os conteúdos continuassem a ser apresentados pelo Google.

Os deputados, citados pela BBC News, consideram que "a Google e os restantes motores de busca devem tomar medidas para que os seus sites não sejam usados como formas de violar a lei e devem, proactivamente, desenvolver e usar tecnologia destinada a esse fim".

Os representantes afirmam que se trata de uma recomendação, mas que estão dispostos a criar legislação que obrigue os serviços online a tomar providências, caso tal se revele necessário.

Um dos casos que motivou a elaboração do relatório foi o de Max Mosley, ex-patrão da Formula 1, que fez queixa da gigante das pesquisas, relatando as dificuldades com que se deparou para ver um vídeo com imagens suas removido da Internet.

De acordo com o famoso, mesmo depois de ter visto o tribunal dar-lhe razão e proibir a imprensa de divulgar as imagens em causa, verificou que a ordem judicial estava a ser desrespeitada online.

Perante o caso, a Google defendeu que não era sua função vigiar a Internet, mas o argumento foi considerado "não convincente" pelos autores do relatório, que defendem que, em casos como este, a ação das empresas online tem de estar alinhada com o que se passa nos meios offline.

Quando é emitida uma ordem, o tribunal deve ser proactivo e encaminhar o requerente para a necessidade de notificação também de plataformas online como o Twitter e o Facebook, acrescentam os responsáveis.

A Google disse à BBC que "já remove as páginas consideradas ilegais pelos tribunais".

"Temos um número de ferramentas simples que qualquer pessoa pode usar para reportar esses conteúdos, que serão depois removidos da indexação", defende a gigante, citada pela televisão inglesa.

Porém, "pedir aos motores de busca que monitorizem os conteúdos nas suas páginas Web seria como pedir às operadoras que ouvissem cada uma das chamadas feitas através das suas redes em busca de atividades potencialmente suspeitas", conclui a empresa.

Escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico

Joana M. Fernandes