Os acionistas do conglomerado multinacional japonês participaram numa reunião extraordinária, na qual o ponto principal da ordem de trabalhos foi esta votação não vinculativa, mas que é vista como a chave para a evolução da disputa que se arrasta há mais de quatro anos entre a administração e investidores.

O plano de reestruturação foi revelado em novembro de 2021 e previa dividir o conglomerado em três empresas, uma especializada em infraestruturas, outra em dispositivos eletrónicos e em uma de gestão de ativos, incluindo a filial tecnológica Kioxia.

O plano foi revisto em fevereiro, propondo a reorganização em duas empresas, infraestruturas e eletrónica, mas a mudança não satisfez os investidores, já descontentes com a proposta inicial.

Os três maiores acionistas atuais da Toshiba, os fundos de ações Effissimo Capital Management, 3D Investment Partners e Farallon Capital Management, todos investidores com um historial recente de conflito com a gestão e que em conjunto representam 20% dos votos, há muito que se opunham.

O mesmo sucedia com as empresas de consultoria Institutional Shareholder Services (ISS) e Glass Lewis, que já tinham antecipado o resultado final da votação.

"Vamos estudar todas as alternativas a fim de melhorar o valor da empresa", reagiu o administrador executivo Taro Shimada, citado pelo diário Nikkei após o anúncio do resultado.

Qualquer plano de reestruturação vinculativo deve ser aprovado na assembleia-geral anual em junho de 2023, mas a consulta de hoje era vista como um voto de confiança ao atual conselho de administração, que poderá vir a ser novamente substituído e a rever a estratégia a partir do zero.