A Áustria tem sido o país mais ativo no combate aos conteúdos aleatórios que saem em caixas ou pacotes de recompensas, as chamadas Loot Boxes. Anteriormente o tribunal austríaco tinha condenado a Sony e a Electronic Arts pelas carteiras de cartas de FIFA e FIC 24, mas agora foi Counter-Strike a visada. As caixas de skins das armas do famoso jogo de ação e um dos principais títulos de eSports foi também considerados ilegais e a Valve tem agora de devolver o valor das contribuições.

Só um jogador vai ter que ser reembolsado no valor de 14.096 euros, o mesmo que este gastou em Loot Boxes em CS: GO, avança a publicação Games Wirtschaft. Skins para espingardas, pistolas e facas que saem aleatoriamente nestas caixas são muito apreciadas pelos fãs do jogo. E como estas têm diferentes raridades, as mais raras são cobiçadas, valendo muitos milhares de euros.

CS: GO

O caso foi tratado pelo mesmo escritório de advogados, que argumentou com sucesso que os conteúdos gerados aleatoriamente dentro das caixas de armas eram considerados sistemas de jogo ilegal. O tribunal concordou ao provar-se que houve desempenho financeiro com obtenção de lucro, esbarrando dessa forma nas leis austríacas de jogo, uma vez que a Valve não tem licença para operar este tipo de negócio no país. Ainda assim, o veredito ainda não é vinculativo juridicamente.

Esta decisão poderá colocar em causa dezenas de milhões de euros de faturação da Valve anuais, naquela que está a ser uma autêntica “cruzada” contra os sistemas de Loot Boxes na Áustria. A Valve pode recorrer da sentença, mas considerando os anteriores resultados numa mesma questão jurídica, dificilmente a empresa que opera também o Steam terá hipótese de ganhar. Foi referido que o juiz responsável pelo caso é familiarizado com Counter-Strike, o que ajudou a compreender a situação e tomar uma decisão mais rápida.

Uma das advogadas envolvidas, Katharina Kramer, disse que “a recente decisão de que as Loot Boxes são consideradas jogos de azar, marca um passo significativo em direção da proteção do consumidor e à transparência nos videojogos”.