Durante a cimeira Gartner Symposium/ITxpo, que acontece entre 16 e 20 de outubro na Flórida (EUA), os “videntes tecnológicos” da consultora deram a conhecer aquilo que consideram ser as evoluções que se vão observar na esfera das TI no decorrer dos próximos seis anos, tanto ao nível das empresas como dos próprios utilizadores.

Segundo as previsões, em 2019 20% das marcas vai “matar” as suas aplicações móveis, pois vão concluir que o investimento aplicado neste canal não está a surtir os efeitos esperados.

Os analistas apontam que as empresas vão procurar desenvolver novas e mais rentáveis formas de interagir com o cliente e de conquistar a sua lealdade, deixando cair por terra as suas apps.

Ao longo dos próximos anos, a inovação vai ser mais cara. Os analistas preconizam que por cada dólar investido na conceção de modelos de negócio ou tecnologia inovadora, serão gastos cerca de 7 dólares na execução e lançamento.

Para 2020, as previsões são outras, e indicam que a realidade aumentada vai redesenhar o comércio electrónico como hoje o conhecemos. Aproximadamente 100 milhões de utilizadores vão recorrer a tecnologias de realidade aumentada para fazer compras na internet.

Isto será a materialização de um redireccionamento dos negócios em prol da evolução dos comportamentos dos utilizadores e um aproveitamento, por parte das empresas, da crescente popularidade e difusão das tecnologias de realidade aumentada.

Olhando ainda para o início da próxima década, os analistas acreditam que 30% das pesquisas na internet serão feitas através de tecnologias “voice-first”, ou seja, através de comandos vocais. Estas previsões auguram o crescimento da disseminação de tecnologias a que se chama de “assistentes virtuais”, como por exemplo a Alexa da Amazon, que realizam pesquisas pelo utilizador.

Ainda, é esperado que, em 2020, os algoritmos sejam utilizados para ajudar os trabalhadores a serem mais eficazes nas suas tarefas. Os analistas da Gartner dizem que os algoritmos podem ser usados para “aumentar a inteligência” dos seres humanos.

Além disso, ao longo desse ano, a Internet das Coisas vai aumentar o volume de dados gerados em cerca de 2,3%. Os especialistas consideram que a IoT tem a capacidade para ser uma fonte de dados valiosos para as empresas, ao mesmo tempo que não se apresenta como um “fardo” em termos de armazenamento.

Daqui a quatro anos, é também esperado que os dispositivos de e-fitness, como as pulseiras inteligentes, vão permitir cortes significativos nos gastos com cuidados de saúde. Com a integração destes aparelhos nas empresas e com análise dos dados que eles produzem, será mais fácil prevenir situações de risco e mitigar despesas evitáveis.

Até 2021, é de esperar que 20% de todas as actividades realizadas por qualquer pessoa vão envolver, pelo menos, uma dos “adamastores” da Tecnologia, que os analistas consideram ser o Google, a Apple, o Facebook, a Amazon, o Baidu, a Alibaba e a Tencent.

Eles acreditam que o crescendo do digital e, consequentemente, da conectividade vai fazer com que estas empresas e os produtos por elas desenvolvidos se integrem cada vez mais nos quotidianos dos utilizadores - tendo em mente que a sua presença na vivência diária é hoje já bastante expressiva.

Por fim, para o ano 2022, os analistas antecipam a IoT vai permitir que pessoas e empresas poupem até 910 mil milhões de euros em serviços de manutenção, devido a poder preditivo deste novo paradigma tecnológico. Com o recurso sensores e ferramentas de análise de dados, a IoT permite prever situações de irregularidade e atuar antes que estas aconteçam, ou, caso já tenham ocorrido, agir para que a normalização seja o mais ágil e eficiente possível.

Também para esse ano, é previsto que negócios que se apoiem em tecnologias que permitam assegurar a integridade e a confidencialidade de pacotes de dados transaccionáveis, ou seja, em tecnologias “blockchain”, possam a alcançar valores de 10 mil milhões de dólares.