O trabalho nos últimos seis meses tem sido mais de backstage, sem grande visibilidade na comunicação, mas Paulo Barreto garante que já há resultados animadores para o desenvolvimento do negócio do Facebook em Portugal e a transformação do interesse dos utilizadores da rede social em receitas.

Depois de sair da Google, onde foi também o rosto do negócio em Portugal, Paulo Barreto explicou ao TeK estratégia que desenvolve desde fevereiro no Facebook, sem revelar números, e a aposta no mobile.



[caption]Paulo Barreto[/caption]

TeK: De que forma a sua entrada no Facebook como representante para Portugal pode dinamizar a presença comercial em Portugal e, naturalmente, a receita ?
Paulo Barreto:
O Facebook é uma plataforma de comunicação global que oferece a possibilidade de chegar a mais de mil milhões de pessoas em todo o mundo. Isto é uma grande oportunidade para as empresas portuguesas, sejam grandes marcas ou pequenos negócios ou até empreendedores. O meu papel central é potenciar a utilização de todas as ferramentas que existem junto destas marcas, ajudando-as a atingir os seus objetivos, seja em awareness ou vendas.

TeK: Ao fim de quatro meses de “trabalho” já está a conseguir transformar o interesse dos portugueses pelo Facebook em receitas?
P.B.:
Sim, muito embora ainda estejamos na fase de desenvolvimento do mercado. É um “trabalho” contínuo mas com sinais muito animadores.

TeK: Qual é a “fatia” de mercado que acha que o Facebook pode conseguir ainda este ano em Portugal e a médio prazo?
P.B.:
Não revelamos dados isolados. Considero que o Facebook é, de longe, uma das melhores ferramentas para que as empresas portuguesas possam obter resultados mensuráveis e temos várias soluções dependendo dos objetivos dos anunciantes. O Facebook é o site com maior tráfego em Portugal, onde conta com mais de 4 milhões de utilizadores, e de longe o site onde os utilizadores passam mais tempo. Como tal, é expectável que mais anunciantes portugueses se juntem a nós e ao 1 milhão de anunciantes ativos que já temos na nossa rede social.

TeK: De que forma é que a componente mobile pode ter um papel relevante, dado o entusiasmo dos utilizadores portugueses pelas apps?
P.B.:
O Facebook é um negócio mobile. Cerca de 30% das suas receitas vem do mobile. A penetração de smartphones em Portugal ainda é menor que a média europeia mas não para de aumentar. Logo, acredito que somos um país muito interessante para a penetração dos vários produtos mobile que o facebook oferece, como por exemplo o Mobile App Install Ads ou os anúncios no Newsfeed Mobile, que têm cada vez mais tráfego.

TeK: O seu papel será mais comercial ou também servirá de “pivot” para intermediar outro tipo de questões, nomeadamente relacionadas com empresas, violação de marcas ou questões de privacidade e ligação às autoridades?
P.B::
O Facebook é uma empresa global e por isso todos os contextos do nosso negócio também o são. O meu papel central é desenvolver o negócio no mercado português com parceiros-chave como as agências de meios e as agências criativas e digitais em Portugal.

TeK: Visto que “lançou” o negócio da Google em Portugal e agora lança o do Facebook, quais são as principais diferenças entre os dois projetos e os principais desafios que se abrem?
P.B.:
Posso apenas afirmar que as oportunidades do Facebook fizeram-me aceitar este novo projeto em Portugal e ajudar todas as marcas e empresas em Portugal a terem mais sucesso através das várias ferramentas publicitárias e de geração de negócio que o Facebook oferece. Acredito que, da mesma forma que a imprensa foi o meio dominante até meados dos anos 50 e a televisão até meados da última década, o digital será o meio dominante nos próximos 10 anos e o Facebook um dos players mais importantes dentro do digital e do mercado como um todo.

Escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico

Fátima Caçador