O francês Jean-Marie Messier decidiu ceder às pressões e demitiu-se do cargo de director executivo do grupo franco-americano Vivendi Universal, depois de uma conturbada reunião do conselho de administração da empresa, de acordo com uma fonte da indústria citada pela Reuters.



Desde que foi anunciada esta suposta demissão, que representa o fim de um processo de dois anos que transformou uma empresa francesa de abastecimento de água num dos maiores gigantes de Hollywood, as acções da Vivendi Universal desceram quase 20 por cento.



A fonte industrial contactada pela agência de notícias garantiu que a informação foi confirmada pela companhia. Esta confirmação vem no seguimento de vários órgãos de comunicação social terem divulgado que Messier tinha perdido o apoio do seu conselho de direcção e que se tinha demitido


O diário francês Le Monde afirmou que Messier tinha concordado de uma forma relutante em abandonar a empresa depois de uma descida de 60 por cento da cotação do título bolsista da Vivendi mas que se encontrava ainda a negociar os termos da sua saída. Segundo a Reuters, Messier tinha juntado um núcleo duro de apoiantes incluindo Eric Licoys, número dois da Vivendi, para a realização de uma reunião de crise.



O alto executivo francês de 45 anos tinha sido culpado pelos recentes prejuízos da Vivendi depois de ter transformando a anterior empresa abastecedora de água com 150 anos num gigante global de media que detém o controlo dos Universal Studios e a Universal, uma companhia discográfica com um catálogo de artistas como U2, Sting e Eminem.



Depois de uma vaga imparável de aquisições, Messier abandona agora a Vivendi quando esta se debate com uma enorme dívida - no valor de 19 mil milhões de euros -, um título bolsista com um preço a cair exponencialmente e o maior prejuízo na história empresarial da França.



O jornal francês Liberátion informou na segunda-feira que os seis directores europeus da Vivendi tinham-se juntado a uma rebelião organizada pelos membros norte-americanos do conselho de administração com vista a exigir a demissão de Messier. Em seu lugar, propuseram Jean-Rene Fourtou, vice-presidente da empresa farmacêutica Aventis.



Mas ainda na semana passada, os mesmos membros do conselho de administração tinham defendido Messier dos apelos dos elementos norte-americanos para que se demitisse. Em França receava-se já que a Vivendi seja dividida ou que caia em mãos norte-americanas. Deste modo, os apoiantes de Messier tiveram que agir rapidamente para manter o grupo franco-americano unido.


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