O Conselho das Escolas vai entregar até ao fim de outubro o parecer sobre a proibição do uso de telemóveis nos recintos escolares, conforme solicitado pelo ministro da Educação, João Costa, avança o Porto Canal. O ministro destaca que se trata de um tema complexo e que não se deve decidir de forma intempestiva. A opinião dos professores e direções das escolas, que são as que estão no terreno e mais sabem sobre o assunto, é vital para qualquer decisão a ser tomada pelo Governo.

Segundo o Porto Canal, o presidente da Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas disse que cada comunidade escolar deve ser ouvida, prevalecendo a autonomia das escolas para decidirem sobre o uso do telemóvel pelos alunos.

E sem uma decisão final do Ministério da Educação, há escolas que decidiram proibir o uso dos telemóveis. O agrupamento de Almeirim avançou com a proibição nas escolas do 1º ciclo, depois dos diretores votarem favoravelmente. O jornal O Minho destaca que a Escola Básica Integrada de Fragoso, no concelho de Barcelos, também avançou com a proibição. Medida que foi apoiada pelos pais e aceite pelos alunos do 5º ao 9º ano. E um mês depois do início do ano letivo o saldo parece ser positivo, destacando o ambiente onde os alunos convivem.

A escola diz que não existe controlo à entrada, mas que os alunos têm cumprido com a regra de não levar os equipamentos para as aulas. No entanto os castigos impostos pelo regulamento interno deixam os alunos em alerta: a primeira vez que forem apanhados, o telemóvel será entregue ao encarregado de educação. Mas uma segunda vez, a escola vai ficar com o telemóvel até ao final do ano letivo.

Almeirim avança com proibição do uso de telemóvel nas escolas do 1º ciclo
Almeirim avança com proibição do uso de telemóvel nas escolas do 1º ciclo
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De recordar que o assunto já foi debatido no Parlamento, em causa esteve um projeto-lei apresentado pelo Bloco de Esquerda que proibia o uso de telemóveis durante o tempo de recreio da escola para os alunos até ao sexto ano. A líder do Bloco de Esquerda, Joana Mortágua, defendeu que a proposta apresentada pelo seu partido não era uma medida proibitiva, mas ainda assim foi chumbado pelo PS e PSD.

A petição “Viver o recreio escolar, sem ecrãs de smartphones!", lançada em junho, ainda está a decorrer, contando com mais de 21.500 assinaturas até ao momento. No texto da petição explica-se que as crianças que têm 9 a 10 anos, ainda precisam de brincar, o que é importante para a sua integração e criação de laços de amizade. Por isso a proposta é que as escolas estejam equipadas com caixas, cacifos ou armário próprio onde os telemóveis possam ser quando chegam à escola e recolhidos no final do período letivo. Desta forma não se corta o contacto com a família, mas podem estreitar-se as relações entre os colegas.