PS e PSD dizem não à proposta de proibição do uso de telemóveis na escola

Depois das polémicas de propostas de bloqueio do acesso a telemóveis nas escolas, na última quarta-feira o tema foi discutido no Parlamento, com os partidos a avançarem com propostas sobre a utilização dos equipamentos pelos alunos.

Fonte: Pixabay

Na última quarta-feira foi discutido no Parlamento o uso de telemóveis nas escolas, com os partidos a avançarem com propostas sobre o tema. Em questão estava um projeto-lei apresentado pelo Bloco de Esquerda que proibia o uso de telemóveis durante o tempo de recreio da escola para os alunos até ao sexto ano.

A líder do Bloco de Esquerda, Joana Mortágua, defendeu que a proposta apresentada pelo seu partido não era uma medida proibitiva, mas ainda assim foi chumbado pelo PS e PSD.

Foram apresentadas outras propostas, incluindo um projeto-lei do PAN para o combate do cyberbulling, que tinha como objetivo criar zonas livres de aparelhos tecnológicos. Segundo a Renascença, de todos os assuntos e diplomas debatidos no Parlamento, apenas o diploma do PS foi aprovado, que recomenda ao Governo a elaboração de um estudo sobre o tema.

A deputada socialista Catarina Lobo disse que o tema é matéria de competência de cada comunidade educativa. Do lado do PSD, Sónia Ramos afirmou que a “a escola é um atelier de alta-costura e não um pronto a vestir. Não pode ser igual para todos, tem de ser de acordo com a circunstância de cada um”. Destacando que a decisão de proibição dos telemóveis cabe a cada escola e aos seus professores.

O Público salienta que o Partido Socialista não fecha a porta a uma eventual mudança na lei no futuro, mas primeiro será necessário estudar o tema. E antes disso, incentivar as escolas a encontrarem as soluções mais adequadas.

Em setembro, o ministro da Educação, João Costa, pediu um parecer ao Conselho das Escolas sobre o uso dos telemóveis dentro dos estabelecimentos de ensino, destacando que se trata de um tema complexo e que não se deve decidir de forma intempestiva. Refere que é preciso a opinião dos professores e direções das escolas que estão no terreno e que são os que mais sabem sobre o assunto.

O ministro assume que ainda não tem uma posição definida sobre o assunto, embora afirme não ser adepto da proibição, mas sim da promoção de hábitos saudáveis.

O certo é que existem cada vez mais agrupamentos de escolas a tomarem a iniciativa da proibição do uso de telemóveis nas escolas, como é exemplo o agrupamento de Almeirim, que neste novo ano letivo vai impedir aos alunos do 1º ciclo de usar telemóveis.